O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios do Agronegócio do Paraná (FIDC Agro Paraná) deu início oficial às suas operações nesta terça-feira (17) com um aporte expressivo de R$ 261 milhões, resultado direto da união entre o Governo do Paraná, a cooperativa C.Vale e o Sicredi. A iniciativa, coordenada pela Fomento Paraná, representa um marco nacional inédito ao estruturar o primeiro fundo estadual voltado exclusivamente ao financiamento de projetos rurais.
Essa parceria estratégica evidencia a capacidade do Paraná de articular soluções conjuntas entre o setor público e o cooperativismo financeiro e produtivo, com foco na modernização da agroindústria e no fortalecimento da cadeia de valor do campo.
Investimento direto em estruturas produtivas
Os recursos desta primeira fase serão destinados à construção de 96 novas unidades produtivas, como aviários, tanques de piscicultura e matrizeiros. Do montante total:
R$ 52 milhões foram investidos pela Fomento Paraná
R$ 112,8 milhões pela C.Vale
R$ 96,2 milhões pelo Sicredi
A gestão da carteira de crédito será realizada pela Suno Asset, enquanto a Fomento Paraná atua como cotista sênior, conferindo estabilidade e segurança à operação.
Cooperativas como pilares da transformação
Para o presidente do Conselho de Administração da C.Vale, Alfredo Lang, o FIDC Agro Paraná inaugura uma nova era de financiamento para o setor produtivo. “Esta primeira emissão, em parceria com o Governo do Estado, representa uma inovação financeira e uma alternativa segura para os produtores integrados da nossa cooperativa”, afirmou.
Lang destacou ainda que os recursos serão direcionados às cadeias de frango, suínos e peixes, fortalecendo a liquidez, a sustentabilidade financeira dos produtores e reduzindo os riscos sistêmicos da operação.
Já o Sicredi, como instituição financeira cooperativa, reforça seu papel na viabilização de crédito acessível e com foco local. A parceria com a Fomento Paraná e com a C.Vale fortalece ainda mais a presença do cooperativismo na estratégia de desenvolvimento econômico do Estado.
Paraná à frente com modelo de crédito coletivo
O governador Carlos Massa Ratinho Junior ressaltou o pioneirismo do Estado ao conectar o mercado de capitais ao campo. “Estamos abrindo uma nova porta de crédito, com juros abaixo dos praticados pelo Plano Safra e prazos de até dez anos para pagamento, permitindo previsibilidade e segurança ao pequeno e médio produtor”, declarou.
A estrutura do fundo viabiliza a formação de uma carteira sólida por meio da captação conjunta de recursos públicos e privados. Cooperativas estruturam os projetos, avalizam os financiamentos e operam como pontes entre os produtores e o mercado financeiro. Os cotistas são remunerados conforme a performance dos financiamentos, o que torna o modelo atrativo também do ponto de vista do investidor.
Expansão já está em curso
O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, afirmou que a operação só é possível graças ao equilíbrio das contas públicas estaduais. “Com solidez fiscal, conseguimos unir governo, cooperativas e instituições financeiras em um modelo ágil e eficiente de crédito para o campo”, pontuou.
A Fomento Paraná já trabalha na estruturação de novos fundos com outras cooperativas e agroindústrias, com mais de R$ 1 bilhão em projetos em análise. Só a C.Vale prevê investir R$ 375 milhões em iniciativas de seus cooperados até o fim de 2025 com apoio do fundo.
Modernização e impacto duradouro no agro
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, destacou que o modelo proporciona crédito de longo prazo, com carência, taxas acessíveis e apoio técnico. “É um novo capítulo para o financiamento rural no Paraná, que garante infraestrutura para a produção e estabilidade para o produtor”, afirmou.
O FIDC Agro Paraná consolida o Estado como referência em desenvolvimento sustentável no campo, ao unir governança, inovação e cooperativismo para transformar a realidade do agro paranaense.