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RenovaPR: transformação energética no campo paranaense

Com três anos de existência, o programa RenovaPR transforma o campo paranaense ao incentivar a produção de energia renovável, promovendo sustentabilidade e redução de custos para os produtores rurais.

Por: João Livi
14/08/2024 às 12h06
RenovaPR: transformação energética no campo paranaense
Foto: Gabriel Rosa/AEN

O programa RenovaPR, uma iniciativa do Governo do Estado do Paraná executada pelo IDR-Paraná, celebra três anos de sucesso neste mês. Desde seu lançamento em agosto de 2021, o programa tem sido um pilar fundamental na transição energética do estado, incentivando produtores rurais a gerar sua própria energia ou combustível, reduzindo custos de produção e promovendo a sustentabilidade.

Impacto econômico e sustentável

O RenovaPR já impulsionou investimentos de R$ 4,2 bilhões em 34.485 projetos de energia renovável. Além disso, o Estado subsidia os juros dos empréstimos utilizados pelos produtores para a implementação desses projetos, através do Banco do Agricultor Paranaense, totalizando R$ 230 milhões em subsídios até agora.

Liderança em potência energética

O Paraná se destaca como o estado com maior potência média por unidade instalada entre os estados do Sul e Sudeste do Brasil. Dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostram que o Paraná possui uma potência média de 21,83 kilowatts por unidade, superando São Paulo (21,61 kW), Minas Gerais (20,13 kW), Santa Catarina (17,29 kW) e Rio Grande do Sul (12,72 kW).

Futuro promissor

O sucesso do RenovaPR não apenas coloca o Paraná na vanguarda da produção de energia renovável no campo, mas também serve como um modelo de sustentabilidade e inovação para outras regiões. Com a continuidade do apoio governamental e o engajamento dos produtores rurais, o programa promete continuar a transformar o cenário energético do estado, promovendo um futuro mais verde e economicamente viável.

O RenovaPR é um exemplo claro de como políticas públicas bem estruturadas podem gerar impactos positivos significativos, tanto econômicos quanto ambientais, beneficiando toda a sociedade paranaense.

Aproveitamento de recursos e sustentabilidade

Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, o programa aproveita um recurso que vinha sendo encarado como um problema ambiental. “Temos no Paraná uma produção expressiva de proteína animal, cujas sobras (dejetos, gorduras, ossos e vísceras) podem gerar biogás. Temos também o setor sucroalcooleiro que fornece material orgânico. Ou seja, o Paraná tem base produtiva que é altamente geradora de biomassa, a matéria orgânica usada como fonte de energia limpa e sustentável. Por isso temos que usar essa força energética”, destacou.

O programa também é objeto de uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias (AEN), chamada “Paraná, energia verde que renova o campo”, que mostra exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa para implantar sistemas sustentáveis.

Capacitação e promoção

Para colocar o programa em prática, o IDR-Paraná treinou 796 técnicos ao longo de três anos, com o apoio do Sistema Faep/Senar e Cibiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis). Esses profissionais atuam em todo o Estado, orientando os produtores interessados em implantar projetos de geração de energia renovável.

Além disso, o Instituto, em parceria com sindicatos rurais e agentes financeiros, realizou mais de 1.200 ações de promoção do RenovaPR, incluindo reuniões técnicas, seminários regionais e participação em feiras e exposições, para aumentar a adesão ao programa.

Crescimento da geração distribuída

Atualmente, o Paraná conta com 34.485 ligações rurais em geração distribuída, ou seja, consumidores que passaram a produzir sua própria energia. Desse total, 28.346, ou 82,2%, foram feitas nos últimos três anos. A divulgação das vantagens do uso de energias renováveis apresentadas pelo RenovaPR contribuiu significativamente para esse resultado. De acordo com dados da Aneel, a geração distribuída no setor rural passou de 6% em 2017 para 15% no ano passado.

Redução de custos e retorno do investimento

Outro incentivo para os produtores é a redução dos custos de instalação dos projetos de energia renovável nos últimos anos, o que tem atraído mais interessados. Em 2016, eram necessários R$ 8,77 por watt pico (capacidade máxima de geração do projeto). Em janeiro deste ano, o valor caiu para R$ 3,17. O tempo de retorno do investimento também foi reduzido. Até 2023, eram necessários 4,4 anos para o produtor pagar pela instalação do projeto. Neste ano, o tempo de retorno do investimento ficou em 3,3 anos, em média.

Desafios e oportunidades

Para o coordenador estadual do RenovaPR, o crescimento do uso de energias renováveis requer uma nova postura da iniciativa privada para enfrentar os desafios deste segmento. Entre os desafios, Almeida destaca a conversão de motores de caminhões dos serviços de cooperativas e empresas integradoras, ônibus/vans de transporte escolar, transporte urbano e táxis.

O uso de energias renováveis também deve se estender a outros segmentos do agronegócio. Almeida acredita que é importante, por exemplo, que cooperativas e integradoras substituam, em 100%, a lenha, o GLP e o Diesel pelo biogás. Os setores industriais também devem ser incentivados a consumir o biometano. Ele acrescenta que projetos em aterros sanitários, para a geração de biogás e biometano, devem ter juros subsidiados.

Ainda segundo ele, os investimentos em energias renováveis são considerados importantes para aumentar a empregabilidade e a competitividade dos produtores, bem como das cadeias de produção de proteínas animais e agroindústrias do Paraná.

 

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