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Estudantes de colégio agrícola lideram recuperação de nascentes no oeste do Paraná

Projeto alia educação prática e preservação ambiental para garantir acesso à água de qualidade em comunidades rurais

Por: João Livi
25/04/2025 às 13h40
Estudantes de colégio agrícola lideram recuperação de nascentes no oeste do Paraná
Alunos do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo,envolvidos no projeto. (Fotos: SEED)

Com a força da juventude e o olhar atento para a sustentabilidade, alunos do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, localizado na zona rural de Palotina (PR), estão promovendo uma verdadeira transformação ambiental na região. Por meio do projeto “Educação ambiental – recuperação de nascentes”, estudantes do ensino técnico se tornaram protagonistas na preservação dos recursos hídricos locais, com resultados concretos: 265 nascentes já foram recuperadas ao longo de quase uma década de atuação.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Itaipu Binacional e a Prefeitura de Palotina, com apoio técnico de servidores municipais. O diferencial do projeto está na integração entre escola e comunidade. Com orientação de professores e técnicos, os alunos vão a campo aplicar conhecimentos de disciplinas como geografia, legislação ambiental, estudo do solo e agronegócio para solucionar um problema antigo: a escassez de água de qualidade para o uso agrícola.

“Recuperar nascentes é fundamental para garantir o abastecimento contínuo de água limpa, recurso vital para as lavouras e para a própria sobrevivência das comunidades rurais”, pontua o diretor do colégio, Gelso Dalla Costa.

Os alunos em ação.

Teoria e prática lado a lado

Na prática, a recuperação das nascentes começa com a identificação dos pontos críticos, feita por técnicos do município. Após visitas técnicas e uma pré-limpeza, os alunos assumem a tarefa de preparar o terreno, escavar, instalar tubulações de PVC e proteger o entorno com cascalho, cimento e areia. Todo o material é fornecido pelos proprietários das terras beneficiadas, enquanto a prefeitura oferece transporte e alimentação aos estudantes.

A experiência, além de contribuir diretamente com a produção agrícola, também fortalece a formação cidadã dos jovens. Para Dariane Amanda Schmidt de Oliveira, 16 anos, do 3° ano, “a recuperação de nascentes foi a vivência mais divertida e cheia de conhecimento que participei. São experiências inimagináveis para quem nunca teve a oportunidade de participar do projeto”.

Seu colega Caio Cesar Rizzo, 17 anos, reforça: “Além do aprendizado sobre preservação e importância da água, conheci novos colegas e lugares. Foi algo que marcou meu caminho no colégio”.

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Resultado final do empenho dos alunos.

Impacto real

A proposta nasceu da necessidade real dos agricultores da região, mas extrapolou a função técnica. Para Nivaldo Antônio Domingos, técnico agrícola e ambiental da Itaipu Binacional, o projeto oferece mais do que aprendizado: “Os alunos vivenciam, na prática, o que aprendem em sala de aula. É uma troca que beneficia a formação deles e a comunidade ao mesmo tempo”.

Já o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, vê a iniciativa como exemplo de engajamento estudantil. “É gratificante ver nossos alunos atuando em ações que fortalecem a agricultura familiar e a segurança hídrica. A escola cumpre seu papel social quando forma cidadãos comprometidos com a sustentabilidade”, destaca.

Educação que inspira

O projeto também será destaque na Expo Palotina 2025, que acontece entre os dias 15 e 18 de maio. No evento, os visitantes poderão conhecer uma maquete demonstrativa do processo de recuperação de nascentes, idealizada pelos próprios alunos. A proposta é mostrar, de forma lúdica e educativa, como é possível conciliar desenvolvimento e preservação ambiental.

A exposição é mais uma etapa do trabalho de conscientização promovido pelo colégio, que vem se consolidando como referência em educação técnica de qualidade, com responsabilidade social e foco na preservação dos recursos naturais. Em tempos de crise hídrica e desafios climáticos, os jovens de Palotina mostram que a mudança pode começar dentro da sala de aula — e se espalhar para muito além dela.

 

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