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Marechal Cândido Rondon, PR
Nos últimos meses, os consumidores brasileiros têm enfrentado um aumento expressivo no preço dos ovos, um dos itens mais consumidos na alimentação cotidiana. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, revelam que o preço da caixa com 30 dúzias de ovos brancos do tipo extra atingiu R$ 198,40 em fevereiro de 2025, um aumento de 39,4% em relação ao mês anterior. A alta, que também se reflete nos ovos vermelhos, impacta consumidores, produtores e o setor alimentício como um todo.
Especialistas apontam que a disparada nos preços é resultado de uma combinação de fatores, entre eles:
Aumento no custo dos insumos: O milho, principal componente da rão das aves, registrou alta de 30% nos últimos oito meses, encarecendo a produção. Além disso, o custo das embalagens subiu mais de 100%, pressionando ainda mais os produtores.
Condições climáticas adversas: O calor intenso registrado no início do ano comprometeu a produtividade das galinhas, reduzindo a oferta de ovos no mercado.
Aumento da demanda: O retorno das aulas e a proximidade da Quaresma impulsionaram a procura pelo produto, intensificando a pressão sobre os preços.
Redução da oferta: No segundo semestre de 2024, houve um abate acentuado de matrizes, o que impactou a produção no início de 2025.
Custos energéticos elevados: A necessidade de mitigar os efeitos do calor nas granjas aumentou o consumo de energia, encarecendo a produção.
O aumento expressivo no preço dos ovos tem levado os consumidores a buscar alternativas para equilibrar o orçamento doméstico. Em algumas regiões do Brasil, o produto, que antes era considerado uma opção mais acessível de proteína, passou a ser um item de preocupação no planejamento financeiro das famílias.
A indústria alimentícia também sente os reflexos da alta nos preços. Empresas do setor de massas e panificação, que utilizam ovos em larga escala, têm sido forçadas a reajustar seus custos, o que pode impactar o consumidor final com preços ainda mais elevados nos produtos derivados.
A perspectiva é de que os preços dos ovos permaneçam elevados até o final da Quaresma, período em que o consumo tende a se manter alto devido à tradicional substituição das carnes vermelhas. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é possível que os valores se estabilizem após esse período, mas uma redução significativa nos preços dependerá da normalização da oferta e dos custos de produção.
A economista Cláudia Scarpellin. pesquisadora no CEPEA Esalq-USP, alerta que a demanda pode continuar aquecida, especialmente se os preços das carnes permanecerem elevados. "Caso o mercado de carnes não apresente uma queda nos preços, o ovo seguirá sendo a principal alternativa de proteína para os consumidores, o que pode manter os valores elevados", explica.
Diante desse cenário, especialistas recomendam que os consumidores acompanhem as variações de preços e busquem alternativas para manter uma alimentação equilibrada sem comprometer o orçamento. Enquanto isso, o setor produtivo segue atento às condições do mercado e aos possíveis ajustes necessários para garantir a sustentabilidade da produção.
