Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde revelou uma realidade preocupante: cerca de 18,9% das pessoas que tiveram covid-19 relatam sintomas persistentes da doença. Problemas como cansaço extremo, perda de memória, ansiedade, dificuldade de concentração, dores articulares e até queda de cabelo continuam afetando o dia a dia de muitos brasileiros.
Esses sintomas prolongados, conhecidos como síndrome pós-covid, foram identificados com maior frequência entre mulheres e indígenas, destacando a necessidade de atenção especial para esses grupos.
“Os desafios impostos pela covid-19 não terminam com a recuperação clínica. Muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades que impactam diretamente sua qualidade de vida”, destaca o relatório da pesquisa.
A pesquisa também trouxe luz sobre a adesão à vacinação contra a covid-19 no Brasil, que alcançou impressionantes 90,2% dos entrevistados com ao menos uma dose, enquanto 84,6% completaram o esquema vacinal. O índice foi maior na Região Sudeste e entre idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda.
Ainda assim, a confiança na vacina não é unânime. Cerca de 57,6% da população afirmaram acreditar na eficácia do imunizante, mas 27,3% revelaram desconfiança em relação às informações sobre ele, enquanto 15,1% se mostraram indiferentes.
Entre os que optaram por não se vacinar, os motivos foram variados:
Conduzido em 133 cidades, o estudo Epicovid 2.0 coletou informações a partir de 33.250 entrevistas, representando um panorama nacional da pandemia. O questionário, respondido por apenas uma pessoa por residência, foi coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com diversas instituições de renome, como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Fiocruz e Fundação Getulio Vargas (FGV).
A pesquisa apontou que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela covid-19 em algum momento.
Os dados do Epicovid 2.0 são um alerta sobre os desafios que ainda precisamos enfrentar. A persistência dos sintomas pós-covid exige esforços contínuos do sistema de saúde para fornecer suporte adequado aos pacientes, enquanto a vacinação e o combate à desinformação permanecem pilares fundamentais no controle da pandemia.
A pandemia pode estar em uma fase mais controlada, mas os efeitos que ela deixou na sociedade brasileira continuarão a ser estudados e enfrentados por anos.