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Sinais que não desaparecem: o desafio dos sintomas pós-Covid

Estudo revela a extensão dos sintomas pós-covid e a percepção da população sobre a vacinação.

Por: João Livi
18/12/2024 às 19h00
Sinais que não desaparecem: o desafio dos sintomas pós-Covid
Tony Winston/Agência Brasília

Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde revelou uma realidade preocupante: cerca de 18,9% das pessoas que tiveram covid-19 relatam sintomas persistentes da doença. Problemas como cansaço extremo, perda de memória, ansiedade, dificuldade de concentração, dores articulares e até queda de cabelo continuam afetando o dia a dia de muitos brasileiros.

Esses sintomas prolongados, conhecidos como síndrome pós-covid, foram identificados com maior frequência entre mulheres e indígenas, destacando a necessidade de atenção especial para esses grupos.

“Os desafios impostos pela covid-19 não terminam com a recuperação clínica. Muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades que impactam diretamente sua qualidade de vida”, destaca o relatório da pesquisa.

Confiança do brasileiro

A pesquisa também trouxe luz sobre a adesão à vacinação contra a covid-19 no Brasil, que alcançou impressionantes 90,2% dos entrevistados com ao menos uma dose, enquanto 84,6% completaram o esquema vacinal. O índice foi maior na Região Sudeste e entre idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda.

Ainda assim, a confiança na vacina não é unânime. Cerca de 57,6% da população afirmaram acreditar na eficácia do imunizante, mas 27,3% revelaram desconfiança em relação às informações sobre ele, enquanto 15,1% se mostraram indiferentes.

Entre os que optaram por não se vacinar, os motivos foram variados:

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  • 32,4% não acreditam na eficácia da vacina.
  • 31% temem possíveis efeitos colaterais.
  • 2,5% consideram que já tiveram covid-19 e não precisam da vacina.
  • 0,5% sequer acreditam na existência do vírus.

Epicovid 2.0

Conduzido em 133 cidades, o estudo Epicovid 2.0 coletou informações a partir de 33.250 entrevistas, representando um panorama nacional da pandemia. O questionário, respondido por apenas uma pessoa por residência, foi coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com diversas instituições de renome, como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Fiocruz e Fundação Getulio Vargas (FGV).

A pesquisa apontou que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela covid-19 em algum momento.

O que o futuro reserva?

Os dados do Epicovid 2.0 são um alerta sobre os desafios que ainda precisamos enfrentar. A persistência dos sintomas pós-covid exige esforços contínuos do sistema de saúde para fornecer suporte adequado aos pacientes, enquanto a vacinação e o combate à desinformação permanecem pilares fundamentais no controle da pandemia.

A pandemia pode estar em uma fase mais controlada, mas os efeitos que ela deixou na sociedade brasileira continuarão a ser estudados e enfrentados por anos.

 

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