Alzheimer: desafio à compreensão e ao cuidado humano
Demência e Alzheimer demandam conscientização, diagnóstico precoce e suporte multiprofissional para garantir qualidade de vida
Por: João Livi
05/12/2024 às 08h59Atualizada em 05/12/2024 às 14h29
A psicóloga Valdirene Sutil Rafaeli, com vasta experiência no acompanhamento de pacientes e famílias afetadas por transtornos cognitivos, compartilha reflexões essenciais sobre a doença de Alzheimer, destacando aspectos diagnósticos, emocionais e sociais que cercam essa condição. A distinção entre demência e Alzheimer é um ponto crucial para entender a complexidade do tema, já que o Alzheimer é apenas um dos tipos de demência, embora seja o mais prevalente.
Compreender para agir
Identificar sinais precoces de Alzheimer, especialmente em jovens, é uma tarefa desafiadora. A doença, geralmente associada à terceira idade, pode manifestar-se em adultos jovens de 30 a 50 anos, com casos raros abaixo dessa faixa.
Valdirene enfatiza que os sintomas iniciais, como lapsos de memória e dificuldade para organizar tarefas rotineiras, podem ser confundidos com o estresse ou outras condições.
Ela relata:
“O diagnóstico precoce é essencial, mas enfrenta barreiras como a negação, a desinformação e a falta de biomarcadores definitivos”.
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A psicóloga Valdirene Sutil Rafaeli
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Entre os exames utilizados no diagnóstico, destacam-se testes neuropsicológicos como o Mini Exame do Estado Mental e o Teste do Desenho do Relógio. A avaliação multidisciplinar, envolvendo neurologistas, psicólogos e outros especialistas, é fundamental para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.
Apoio emocional
Além do impacto físico, a doença de Alzheimer afeta profundamente a esfera emocional. A psicóloga ressalta que a mudança de comportamento, como irritabilidade e apatia, exige suporte psicológico contínuo.
Diz ela:
“É importante oferecer psicoterapia tanto para os pacientes quanto para os familiares, ajudando-os a lidar com o diagnóstico e as mudanças no estilo de vida”.
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Grupos de apoio também desempenham um papel significativo, promovendo a troca de experiências e estratégias de enfrentamento.
Pequenas ações, grandes impactos
A prevenção do Alzheimer começa com hábitos saudáveis. Atividade física, interação social e estímulos cognitivos são apontados como fatores protetores.
Ela comenta:
“A nutrição também tem um papel crucial. Uma dieta rica em vitaminas do complexo B e ômega-3 contribui para a saúde cerebral”.
Ela alerta, contudo, que a suplementação deve ser feita sob orientação profissional para evitar desequilíbrios nutricionais.
Uma luta contínua
Embora não exista cura, tratamentos medicamentosos e terapias ocupacionais ajudam a retardar o avanço dos sintomas e preservar a qualidade de vida.
A psicóloga enfatiza:
“Precisamos de mais investimentos em pesquisa e políticas públicas que atendam às demandas das famílias afetadas pela doença”.
A mensagem de Valdirene é clara: lidar com o Alzheimer exige uma abordagem integrada que inclua conscientização, diagnóstico precoce e suporte emocional. Afinal, como ela afirma:
”A força de uma sociedade mede-se pela forma como ela cuida de seus membros mais vulneráveis”.
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