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Inovação e competitividade: o rumo da indústria paranaense

Indústria paranaense vive fase de expansão

Por: João Livi
29/06/2024 às 11h24

A indústria paranaense depara-se com um cenário desafiador e repleto de oportunidades na atual era da inovação e tecnologia. Como uma entidade crucial que reúne e impulsiona as forças industriais do Estado, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), sob a liderança do empresário cascavelense Edson Vasconcelos, tem-se dedicado incansavelmente a capacitar e orientar os empresários, preparando-os para os novos desafios e paradigmas que surgem no setor.

Inovação e competitividade
Para a Fiep, a inovação não é apenas uma opção, mas uma necessidade premente para a sobrevivência e prosperidade da indústria paranaense. Vasconcelos destaca que a inovação não deve ser vista isoladamente, mas como parte de uma discussão mais ampla sobre a melhoria do ambiente de negócios para o setor industrial.
A inovação e o avanço tecnológico apresentam, ao mesmo tempo, grandes desafios e oportunidades para a indústria brasileira. Atualmente, o setor industrial, por sua necessidade de se tornar cada vez mais competitivo em um cenário globalizado, já é o que mais investe em inovação no país, sendo responsável por 62,4% dos recursos aplicados pelas empresas privadas nacionais em pesquisa e desenvolvimento”, afirmou.
Para a gestão atual da Fiep, a inovação deve estar englobada em uma discussão mais abrangente sobre a melhoria do ambiente de negócios para a indústria como um todo. O presidente cita: “para isso, defendemos e queremos colaborar para a construção de uma política industrial para o Paraná, o que inclui um conjunto de ações promovidas pelos setores público e privado para criar um panorama mais favorável à atividade industrial no Estado. Dentro dessa política, entendemos que o estímulo a investimentos em tecnologia e inovação é um dos pilares, já que isso é fundamental para aumentar a produtividade e competitividade das indústrias”.

Desafios e oportunidades
Um dos principais desafios identificados pela Fiep é proporcionar mais conhecimento sobre tecnologia e inovação, especialmente para as micro e pequenas empresas. “Nas grandes indústrias, esse é um processo que já está mais avançado, até porque contam com mais recursos e pessoal especializado para implantar uma cultura de inovação. A dificuldade maior está nas micro e pequenas empresas, que muitas vezes não têm tempo ou profissionais para se dedicar a melhorias em seus produtos e processos. Além disso, talvez o principal desafio, especialmente para as empresas menores, é a dificuldade para obter recursos para investir em inovação e na implantação de novas tecnologias. Buscar caminhos para ampliar o número de programas de financiamento da inovação, tanto com recursos públicos quanto privados, e fazer com que a informação sobre como acessá-los chegue aos industriais, é uma necessidade”, destacou.
Segundo o presidente, a dificuldade de acesso a recursos para investir em inovação é uma barreira significativa. Contudo, ressalta que todos os setores industriais têm potencial para inovar e que é fundamental ampliar o acesso a programas de financiamento da inovação.

Potencial
O presidente da Fiep destaca que todos os setores industriais, sem exceção, têm potencial para inovar e, mais do que isso, precisam colocar esse tema em pauta. “No Paraná, aqueles que estão entre os principais empregadores ou geradores de receitas em nossa indústria já investem bastante em inovação e podem avançar ainda mais nessa área. O setor de alimentos, que representa cerca de 40% da indústria paranaense, vem investindo cada vez mais em inovação tanto para o desenvolvimento de seus produtos quanto em seus processos produtivos. A indústria automobilística, outra que responde por boa parte do PIB industrial do Paraná, também investe muito em inovação. Mas, como dito anteriormente, todos os segmentos precisam olhar com atenção para esse tema”, evidenciou.
O Sistema Fiep, já há alguns anos, identificou alguns setores que têm grande potencial tecnológico e inovador. Com base nisso, foram instalados seis Institutos Senai de Tecnologia, espalhados pelo Paraná, que disseminam para a indústria os avanços tecnológicos nos setores de Celulose e Papel, Construção Civil, Madeira e Mobiliário, Meio Ambiente, Metalmecânica e Tecnologia da Informação e Comunicação. “Também mantemos dois Institutos Senai de Inovação, voltados para as áreas de Eletroquímica e de Engenharia de Estruturas, que desenvolvem pesquisas aplicadas em parceria com indústrias de diferentes segmentos. Além disso, em Londrina está instalado o HUB de Inteligência Artificial, que tem a missão de promover a adoção das tecnologias de inteligência artificial pelo setor industrial, com o objetivo de aumentar a competitividade das empresas”, inteirou.
Ressalta o presidente que os segmentos industriais devem olhar com atenção para a inovação. “Nossa entidade tem promovido investimentos e parcerias estratégicas para fomentar o desenvolvimento tecnológico em áreas como alimentos, automobilística e outras. Institutos Senai de Tecnologia e Inovação são exemplos concretos desse esforço, disseminando avanços tecnológicos e realizando pesquisas aplicadas em parceria com indústrias. E todas as nossas forças estão a disposição das indústrias paranaenses, para a melhoria constante do setor”, citou.

Transformação
O presidente da Fiep reconhece que o entendimento sobre transformação digital varia entre as indústrias paranaenses. Para abordar essa lacuna, a Fiep lançou um programa focado na digitalização das indústrias, oferecendo consultorias personalizadas e soluções específicas para aumentar a produtividade e competitividade.
“O grau de entendimento das indústrias paranaenses em relação a esse tema ainda é muito variável. Percebemos que indústrias maiores, que possuem recursos humanos e financeiros disponíveis para investir em inovação e melhoria constante de seus processos, já estão mais avançadas nesse processo. O maior desafio, porém, está em disseminar a transformação digital e outras ferramentas de aumento da produtividade entre as micro e pequenas indústrias”, salientou, complementando: “Pensando nisso, lançamos recentemente no Sistema Fiep, por meio do Senai, a Jornada da Produtividade, um programa que tem o objetivo de apresentar um caminho para a digitalização das indústrias. Esse programa é composto por 12 diferentes etapas de consultorias, formação e outros programas específicos, atendendo empresas com diferentes graus de maturidade nesse processo. Para isso, oferece um diagnóstico personalizado de acordo com as necessidades de cada empresa, com acompanhamento especializado na aplicação das soluções identificadas para o aumento da produtividade. Esse processo vai desde a aplicação de melhorias nas linhas de produção, baseadas na metodologia de manufatura enxuta, chegando, nas últimas etapas, até a implantação de processos digitalizados e de soluções de inteligência artificial. Com isso, temos certeza de que as indústrias paranaenses terão ferramentas consistentes para ampliar sua produtividade e competitividade”.

Econômico e social
Vasconcelos enfatiza o potencial de crescimento da indústria paranaense e sua importância para o desenvolvimento econômico e social do estado. A transformação tecnológica e a inovação são vistas como catalisadores desse crescimento, desde que integradas em uma política industrial que promova um ambiente favorável ao desenvolvimento pleno da indústria. O Paraná já possui uma indústria pujante e extremamente diversificada, que hoje responde por mais de 27% do PIB estadual.
“Somos, hoje, o quarto principal parque fabril do país, atrás somente de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com diversos setores que se destacam nos cenários nacional e internacional pela qualidade e volume de sua produção. Mas nós, da atual diretoria da Fiep, acreditamos que a indústria tem potencial para crescer ainda mais e ser ainda mais importante para o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado, gerando mais empregos, renda e riquezas para toda a sociedade”, realçou.
Nesse ponto, as novas tecnologias e toda a transformação nos processos produtivos que vêm sendo observados na indústria contribuem em muito para o aumento da competitividade do setor. “Como já comentado, a atual diretoria da Fiep entende que as questões de inovação, transformação digital e novas tecnologias devem estar inseridas em um processo mais amplo, dentro de uma política industrial que crie um ambiente favorável para que a indústria se desenvolva plenamente. E é com o propósito de transformar o Paraná no melhor lugar para a atividade industrial no país, pensando também em um território cada vez mais inovador e tecnológico, que a Fiep tem atuado incansavelmente”, concluiu.

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