
O setor editorial e livreiro brasileiro alcançou, em 2025, mais de 54 mil empresas e estabelecimentos ativos em todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo editoras, livrarias, distribuidores, gráficas e empresas de edição integrada. O número representa avanço em relação a 2024, quando o setor somava cerca de 51 mil empreendimentos em atividade.
Os dados fazem parte de levantamento divulgado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), elaborado em parceria com a Analytics Valuation Reporting Insights (AVRI). Além do crescimento no número de empresas, o segmento mantém cerca de 70 mil empregos diretos em todo o país, reforçando sua relevância econômica e cultural.
Entre 2023 e 2025, o estudo aponta um crescimento de 13% no total de empresas do setor, com destaque para a expansão das editoras e do comércio varejista de livros. Já de 2024 para 2025, o aumento foi registrado de forma consistente em todos os segmentos mapeados, segundo a CBL.
A evolução do número de estabelecimentos reflete a diversificação das atividades ligadas ao livro e a ampliação do mercado em diferentes regiões do país.
O levantamento também traçou um retrato da estrutura do setor com base em dados de 2024. Do total de empreendimentos, 59% são formados por empresários individuais, 40% correspondem a empresas privadas e 1% a organizações sem fins lucrativos.
Quanto ao porte, o setor editorial e livreiro é majoritariamente composto por microempresas, que representam 83% do total. Empresas médias e grandes somam 9%, enquanto as de pequeno porte correspondem a 8%.
O comércio varejista de livros é o principal gerador de empregos do setor, com forte concentração na região Sudeste, responsável por 56% dos postos de trabalho. Já o comércio atacadista apresenta maior presença em centros regionais de distribuição, especialmente nas capitais das regiões Sudeste, Nordeste e Sul.
A edição de livros reúne o maior número de estabelecimentos da cadeia, com predominância de empresários individuais, que representam 77% do total. Por sua vez, o segmento de impressão de livros registra a maior média de empregos por empresa, com cerca de nove postos de trabalho por estabelecimento, principalmente nas regiões Sudeste e Sul.
Em 2025, o setor do livro demonstra ampla capilaridade territorial. Segundo o estudo, 2.495 municípios brasileiros contam com pelo menos uma empresa ligada à cadeia editorial e livreira, evidenciando a presença do setor em diferentes realidades regionais.
A pesquisa também analisou a relação entre a existência de livrarias e os indicadores de desenvolvimento das cidades. Nos 1.830 municípios que possuem comércio varejista de livros, o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC) é 3% superior à média nacional. Para a CBL, o dado indica que a presença de livrarias e pontos de circulação de livros está associada a melhores condições sociais, educacionais e culturais.
Para a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos, o estudo representa um marco para o segmento ao dimensionar, de forma inédita, o tamanho do setor no país. Segundo ela, o diagnóstico oferece base concreta para o avanço de políticas públicas, o fortalecimento dos profissionais da área e a ampliação do acesso ao livro em todo o território nacional.