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Copom mantém Selic em 15% e alerta para ambiente de risco elevado e expectativas desancoradas

Banco Central aponta incerteza global, pressões internas e inflação acima da meta como razões para manter política monetária significativamente contracionista

Por: João Livi Fonte: Banco Central
11/12/2025 às 08h43
Copom mantém Selic em 15% e alerta para ambiente de risco elevado e expectativas desancoradas
Copom mantém juros em 15% e reforça que incerteza elevada exige política monetária dura e prolongada.

O Banco Central voltou a destacar que o ambiente internacional permanece carregado de incertezas. A conjuntura econômica dos Estados Unidos, combinada ao aperto das condições financeiras globais e ao clima geopolítico tenso, continua impondo desafios adicionais a países emergentes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve seguir prudente e vigilante.

No cenário interno, os dados recentes confirmam a esperada moderação da atividade econômica, evidenciada pelo último resultado do PIB. Ainda assim, o mercado de trabalho segue mostrando força, contribuindo para uma pressão adicional sobre preços, especialmente no setor de serviços.

Embora o IPCA e seus núcleos apresentem sinais de arrefecimento, a inflação permanece acima da meta, reforçando a necessidade de manutenção de juros elevados.

As expectativas coletadas pelo boletim Focus continuam desancoradas:
4,4% para 2025, acima do teto da meta contínua;
4,2% para 2026, igualmente acima do objetivo central de 3%.

No horizonte relevante de política monetária, o Copom projeta inflação de 3,2% no segundo trimestre de 2027, conforme o cenário de referência.

Riscos inflacionários são elevados e simétricos

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O comitê avaliou que os riscos para o comportamento dos preços seguem mais altos que o habitual. Entre os riscos de alta, destacam-se:

• Desancoragem prolongada das expectativas;
• Inflação de serviços mais resistente devido ao mercado de trabalho aquecido;
• Câmbio persistentemente depreciado, amplificado por políticas internas e externas.

Entre os riscos de baixa:

• Desaceleração doméstica mais intensa;
• Arrefecimento global provocado por choques comerciais e incertezas;
• Queda nos preços internacionais de commodities.

Além disso, o BC segue acompanhando os desdobramentos das tarifas comerciais anunciadas pelos EUA e os efeitos da política fiscal nacional sobre juros e ativos financeiros.

Inflação elevada exige política monetária mais firme

Com expectativas desancoradas, atividade resiliente e pressões no mercado de trabalho, o Copom entendeu que a manutenção de juros em patamar significativamente contracionista é indispensável. O comitê reforçou que a convergência da inflação à meta, nesse ambiente, exige uma estratégia prolongada de contenção monetária.

Decisão: Selic permanece em 15% ao ano

A taxa básica de juros foi mantida em 15,00% ao ano, decisão considerada necessária para alinhar o IPCA à meta ao longo do horizonte relevante. O BC afirma que essa postura também contribui para suavizar oscilações da atividade econômica e apoiar o pleno emprego, sem comprometer o objetivo central de estabilidade de preços.

O comitê reiterou que continuará vigilante e que ajustes poderão ser adotados conforme necessário. Caso o cenário piore, o BC não descarta retomar o ciclo de altas.

A decisão foi unânime entre os nove membros do Copom, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo.

Projeções de inflação (cenário de referência)

Índice 2025 2026 2º tri 2027
IPCA 4,4% 3,5% 3,2%
IPCA livres 4,0% 3,6% 3,2%
IPCA administrados 5,3% 3,2% 3,4%

O cenário considera taxa de juros conforme Focus, câmbio partindo de R$ 5,35/US$, petróleo seguindo a curva futura por seis meses e bandeira tarifária amarela em dezembro de 2025 e 2026.

 

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