O Procon-PR, em parceria com os Procons Municipais do Estado, emitiu nesta quinta-feira (02) uma recomendação administrativa para distribuidoras, bares, restaurantes e demais estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. A medida integra as ações de prevenção contra casos de intoxicação por metanol, registrados em outros estados do país.
O documento orienta que empresas exijam e mantenham notas fiscais e documentos de procedência dos produtos, sob risco de responsabilização solidária prevista no Código de Defesa do Consumidor. Também estão proibidos o transvasamento e o recondicionamento de bebidas, bem como a comercialização de itens sem rótulo ou sem nota de origem. Em casos de suspeita, as autoridades sanitárias devem ser imediatamente acionadas.
O Procon recomenda que os consumidores redobrem a atenção, evitando adquirir bebidas em locais que vendam produtos muito abaixo do preço de mercado ou sem emissão de nota fiscal.
“É imprescindível que as empresas exijam e guardem notas fiscais de compra e documentos comprobatórios que permitam o rastreio dos produtos. A venda de itens impróprios deverá ser suportada pelas empresas”, afirmou o secretário de Justiça e Cidadania, Valdemar Jorge.
A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, acrescentou que os órgãos de defesa do consumidor estão intensificando as fiscalizações em estabelecimentos. Denúncias podem ser feitas pelos canais oficiais do Procon-PR.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), não há registros de intoxicação por metanol em bebidas clandestinas no Paraná em 2025. Houve três casos de ingestão voluntária da substância, sem relação com produtos falsificados.
A pasta emitiu Nota Técnica às Regionais de Saúde para reforçar o monitoramento e o alerta compulsório. Em São Paulo, cinco mortes estão sob investigação e há outros 22 casos suspeitos, todos relacionados ao consumo de bebidas clandestinas.
O secretário de Estado da Saúde informou ainda que o Paraná avalia a compra de ampolas do antídoto contra intoxicação por metanol, a fim de reforçar a rede de atendimento.
A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica grave, podendo causar cegueira permanente ou morte. Todos os casos suspeitos são notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e imediatamente comunicados às vigilâncias municipais.
O Estado conta com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), que presta suporte aos profissionais de saúde:
Região de Curitiba: 0800 0410 148
Região de Londrina: (43) 3371-2244
Região de Maringá: (44) 3011-9127
Região de Cascavel: (45) 3321-5261
Até 6 horas após a ingestão: sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia e hipotensão.
Entre 6 e 24 horas: visão turva, sensibilidade à luz, dilatação da pupila, perda da percepção das cores, convulsões e coma.