O Paraná está diante de uma transformação social histórica. De acordo com projeções do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), até 2027 o número de pessoas com mais de 60 anos no Estado ultrapassará a quantidade de jovens com menos de 15 anos — um marco inédito. Para enfrentar esse cenário com responsabilidade e planejamento, o Governo do Estado tem estruturado uma série de políticas públicas voltadas à terceira idade, tornando o Paraná uma referência nacional no cuidado com os idosos.
Essa mudança foi apontada a partir dos dados do Censo 2022 do IBGE, e indica que, nos próximos 20 anos, o número de idosos pode dobrar em relação ao de jovens.
“Estamos falando de uma transformação histórica e irreversível. Por isso, nos antecipamos e consolidamos políticas públicas que respeitam, protegem e valorizam quem tanto já contribuiu com o nosso Estado”, afirma Leandre Dal Ponte, secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.
Graças a esse trabalho, o Paraná tornou-se o primeiro estado da América do Sul a receber da Organização Mundial da Saúde (OMS) o selo de Estado Amigo da Pessoa Idosa. O título considera critérios como acessibilidade urbana, qualidade dos serviços de saúde, participação social e estruturas de apoio à velhice.
Hoje, o Paraná abriga 38 dos 51 municípios brasileiros certificados com esse selo. “Entender esses movimentos é essencial para o planejamento público. O Estado vem priorizando políticas permanentes de proteção ao idoso”, reforça Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes.
Neste contexto, destaca-se a criação da Rede Estadual de Atenção à Pessoa Idosa, instituída por lei, e o Cadastro Estadual de Cuidadores, que mapeia profissionais e familiares que atuam no cuidado com idosos.
Além disso, o Estado oferece um canal exclusivo de denúncias contra violência à pessoa idosa: o Disque Idoso (0800 141 0001), com atendimento sigiloso e gratuito.
A habitação também é prioridade. Por meio do programa Casa Fácil Paraná Terceira Idade, foram destinados R$ 80 milhões para apoiar idosos com renda de até quatro salários-mínimos na entrada de imóveis financiados.
Para os idosos em situação de vulnerabilidade, o programa Viver Mais Paraná oferece condomínios com moradias acessíveis e convivência comunitária, com aluguel social de apenas 15% do salário-mínimo. Já foram entregues unidades em cidades como Foz do Iguaçu, Cornélio Procópio e Prudentópolis, com novos empreendimentos em andamento.
Outro destaque é o projeto-piloto Cidade do Idoso, em Irati. O complexo inclui, além da moradia, centro de saúde, biblioteca, auditório, oficinas, áreas de lazer e serviços voltados ao envelhecimento ativo.
Desde 2019, mais de R$ 150 milhões foram repassados aos municípios para construção de centros de convivência, unidades de acolhimento e clubes voltados à terceira idade.
Na área da saúde, todas as unidades públicas do Paraná utilizam a Caderneta da Pessoa Idosa, um prontuário especializado que registra condições clínicas, hábitos de vida e nível de autonomia. O Estado também capacita profissionais de saúde por meio do programa Envelhecer com Saúde no Paraná, que aborda aspectos físicos, mentais e sociais do envelhecimento.
Desde maio de 2024, uma lei estadual garante gratuidade em viagens intermunicipais para idosos com 65 anos ou mais e renda de até dois salários-mínimos. Para ter acesso ao benefício, é necessário estar inscrito no Cadastro Único e obter a Carteira da Pessoa Idosa Paranaense — já são cerca de 3 mil documentos emitidos.
Todos os novos ônibus adquiridos com recursos estaduais devem ter acessibilidade, ampliando o conforto durante as viagens.
No campo do lazer, o programa Viaja Mais 60 oferece passeios turísticos adaptados, com roteiros regionais e nacionais. Já os Jogos da Terceira Idade (JIIDOS) promovem a convivência e o bem-estar por meio de atividades esportivas como dança, caminhada e jogos de mesa, incentivando a saúde física e a integração social.