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Marechal Cândido Rondon, PR
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) celebra, neste mês de junho, 85 anos de atuação, consolidando-se como uma das principais instituições de ciência, pesquisa e desenvolvimento do país. Com uma trajetória marcada pela contribuição ao fortalecimento da indústria, da agricultura e da saúde pública, o Tecpar se reinventa mais uma vez, mirando os desafios contemporâneos que envolvem biotecnologia, sustentabilidade e transformação digital.
Desde sua fundação, em 1940, o Tecpar tem papel essencial no desenvolvimento econômico e social do Paraná. Agora, mais do que nunca, direciona esforços para atender demandas cada vez mais complexas da sociedade. “O Tecpar está alinhado às necessidades atuais, seja na área da saúde, da inovação tecnológica ou da sustentabilidade”, destaca o diretor-presidente da instituição, Celso Kloss.
Na área da saúde, o Tecpar reafirma seu compromisso com o conceito de saúde única — que integra a saúde humana, animal e ambiental. Atualmente, o instituto constrói um novo laboratório especializado na produção de insumos para diagnósticos veterinários, fundamentais para o controle de doenças como brucelose, tuberculose e leucose bovina.
Além disso, a instituição protocolou no Ministério da Saúde 18 projetos, sendo 15 voltados ao Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e outros três para o Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL). Caso aprovados, esses projetos reforçarão a capacidade do Tecpar em fornecer insumos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Outra iniciativa de grande impacto é a implantação do Parque Tecnológico Industrial da Saúde, em Maringá. O espaço terá como foco a produção de vacinas e outros insumos essenciais, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, entre outras empresas.
O Tecpar também avança na medicina de precisão. Em conjunto com o Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), desenvolve um centro que, ainda neste ano, começará o sequenciamento genético da população brasileira. O objetivo é acelerar diagnósticos de doenças raras e câncer, além de ampliar pesquisas na área.
“O Tecpar sempre foi um parceiro estratégico do SUS e, ao longo de sua história, tem contribuído para ampliar o acesso da população a soluções de saúde pública”, reforça Kloss.
No campo da sustentabilidade, o instituto projeta a criação de um Laboratório de Excelência em Transição Energética e Descarbonização. A unidade será voltada para certificações na área de energia limpa, além de análises de qualidade de biocombustíveis e desenvolvimento de soluções que apoiem empresas na redução de emissões de carbono.
A transformação digital também está no centro das estratégias do Tecpar. Em parceria com a Fundação Araucária, as secretarias estaduais de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e de Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), além da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e do Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação, o instituto atua no projeto HubX Inteligência Artificial.
O programa seleciona projetos da indústria, comércio e serviços para impulsionar soluções inovadoras baseadas em inteligência artificial, com foco em competitividade e sustentabilidade.
Outro avanço significativo é a participação na construção da Rede de Supercomputadores de Alto Desempenho do Paraná. Essa infraestrutura robusta conectará universidades e centros de pesquisa, possibilitando avanços expressivos em bioinformática, genômica, agricultura de precisão e IA.
“O Tecpar esteve ao lado da indústria paranaense no passado, durante o processo de industrialização, e hoje segue com a missão de apoiar a indústria do futuro, baseada em inteligência artificial, biotecnologia e transição energética”, afirma Kloss.
O Tecpar nasceu em 1940, idealizado pelo então interventor do Paraná, Manoel Ribas, e pelo jovem cientista Marcos Augusto Enrietti. Na época, a missão era apoiar o desenvolvimento tecnológico do estado e atender demandas de saúde pública, tanto humana quanto animal.
Inicialmente chamado de Laboratório de Análises e Pesquisas, o instituto teve sua atuação ampliada um ano depois, tornando-se o Instituto de Biologia Agrícola e Animal. Em 1942, passou a se chamar Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT), consolidando-se como peça-chave na evolução econômica do Paraná.
Em 1978, a mudança de nome para Instituto de Tecnologia do Paraná marcou também sua transformação em empresa pública com personalidade jurídica de direito privado. Desde então, além das atividades voltadas à saúde, o Tecpar desenvolve análises laboratoriais, certificações e pesquisas em áreas como meio ambiente, alimentos, agronegócio e, mais recentemente, tecnologias digitais e energia limpa.
