Num mundo subjugado por informações duvidosas, é difícil reconhecer algo como deve ser conhecido se aprendermos apenas o valor que ela tem para nós em um dada circunstância.
Esse tipo de interesse, sendo excessivamente utilitário, tranca a compreensão. Para melhor entender qualquer coisa, não é recomendável ter de saída um juízo apressado sobre o fato.
C. S. Lewis acreditava que uma boa leitura – o hábito de ler bem como receptores e não apenas como usuários de literatura – pode permitir a obtenção de uma visão mais clara do mundo.
Não é uma garantia, mas é um começo, e pode estabelecer um hábito vitalício de vermos todas as coisas como elas são e não como queremos que a priori eventualmente sejam.
A leitura utilitarista, aquela que se faz por interesse próprio, desprovida de senso crítico, é considerada um hábito inadequado de leitura. De acordo com Lewis, a pessoa passa a ter uma melhor visão do mundo e suas complexidades quando acorda para este fato. Bom não é apenas o que nos parece bom.
A leitura receptiva nos permite ver com novos olhos, ver o que é verdadeiramente bom em si e ajustar nosso padrão de bem e uma apreciação mais objetiva do que se considera como real.
O mal não é apenas o que nos ofende subjetivamente; nos ofende aquilo que é objetivamente mau e, se vemos bem, podemos dizer objetivamente por que é mau, ou então nos abstermos de julgar.
(Adaptado da obra “O pensamento vivo de C. S. Lewis: uma jornada espiritual pela obra do autor de As crônicas de Nárnia”)