A inadimplência no pagamento de aluguéis no Paraná alcançou, em novembro, o maior patamar registrado ao longo de 2025. De acordo com o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, a taxa estadual subiu de 3,26% em outubro para 3,40% no mês seguinte, uma variação de 0,14 ponto percentual. Na comparação anual, o índice também apresentou crescimento em relação a novembro de 2024, quando estava em 3,12%.
Apesar da elevação, o percentual paranaense permanece inferior à média nacional, que fechou novembro em 3,69%. O desempenho coloca o Estado em um cenário de maior equilíbrio frente ao restante do país, mesmo diante das pressões econômicas observadas ao longo do ano.
Segundo Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, o comportamento do índice exige atenção. “Mesmo com a alta registrada em novembro, o Paraná segue abaixo da média nacional, o que indica um cenário regional mais controlado. No entanto, a evolução da inflação e dos juros pode impactar diretamente a capacidade de pagamento das famílias e pressionar a inadimplência nos próximos meses”, avalia.
No recorte regional, o Sul continua apresentando o menor índice de inadimplência locatícia do país, com taxa de 2,96% em novembro, ainda abaixo da média nacional. O Nordeste lidera o ranking, mesmo após queda expressiva, com 5,23%, seguido pelo Norte (4,45%), Centro-Oeste (3,38%) e Sudeste (3,40%).
No Paraná e nos demais estados do Sul, os apartamentos apresentaram redução da inadimplência, passando de 2,22% em outubro para 2,14% em novembro. Já as casas registraram leve aumento, de 3,68% para 3,74%. Os imóveis comerciais também tiveram crescimento, atingindo 4,07%, ante 3,75% no mês anterior.
O levantamento indica que a inadimplência permanece mais elevada nas faixas extremas de aluguel. Em nível nacional, imóveis residenciais com aluguel acima de R$ 13 mil registraram taxa de 6,37%, enquanto aqueles com valores de até R$ 1.000 chegaram a 6,26%. As menores taxas seguem concentradas nas faixas intermediárias, entre R$ 2.000 e R$ 5.000.
Entre os imóveis comerciais, a maior inadimplência continua na faixa de até R$ 1.000, com índice de 9,57%. Já os contratos entre R$ 5.000 e R$ 8.000 apresentaram o menor percentual, de 4,25%.
Para Gonçalves, o cenário reforça um padrão observado ao longo de todo o ano. “As faixas extremas concentram maior inadimplência, refletindo tanto a pressão sobre famílias de menor renda quanto os desafios de manutenção de contratos de alto valor. Nas faixas intermediárias, os índices mais estáveis indicam um equilíbrio maior entre renda e valor do aluguel”, explica.