Economia Inadimplência
Inadimplência de aluguel no Paraná atinge maior nível de 2025, aponta levantamento da Superlógica
Índice de novembro mostra alta no Estado, mas Paraná segue abaixo da média nacional; Região Sul mantém o menor percentual do país
29/12/2025 14h26
Por: João Livi
Mercado de locação no Paraná mantém índices abaixo da média nacional, apesar do aumento da inadimplência em novembro. (Foto: Freepik)

A inadimplência no pagamento de aluguéis no Paraná alcançou, em novembro, o maior patamar registrado ao longo de 2025. De acordo com o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, a taxa estadual subiu de 3,26% em outubro para 3,40% no mês seguinte, uma variação de 0,14 ponto percentual. Na comparação anual, o índice também apresentou crescimento em relação a novembro de 2024, quando estava em 3,12%.

Apesar da elevação, o percentual paranaense permanece inferior à média nacional, que fechou novembro em 3,69%. O desempenho coloca o Estado em um cenário de maior equilíbrio frente ao restante do país, mesmo diante das pressões econômicas observadas ao longo do ano.

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Segundo Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, o comportamento do índice exige atenção. “Mesmo com a alta registrada em novembro, o Paraná segue abaixo da média nacional, o que indica um cenário regional mais controlado. No entanto, a evolução da inflação e dos juros pode impactar diretamente a capacidade de pagamento das famílias e pressionar a inadimplência nos próximos meses”, avalia.

Sul mantém menor inadimplência do Brasil

No recorte regional, o Sul continua apresentando o menor índice de inadimplência locatícia do país, com taxa de 2,96% em novembro, ainda abaixo da média nacional. O Nordeste lidera o ranking, mesmo após queda expressiva, com 5,23%, seguido pelo Norte (4,45%), Centro-Oeste (3,38%) e Sudeste (3,40%).

No Paraná e nos demais estados do Sul, os apartamentos apresentaram redução da inadimplência, passando de 2,22% em outubro para 2,14% em novembro. Já as casas registraram leve aumento, de 3,68% para 3,74%. Os imóveis comerciais também tiveram crescimento, atingindo 4,07%, ante 3,75% no mês anterior.

Faixas de valor mostram comportamento distinto

O levantamento indica que a inadimplência permanece mais elevada nas faixas extremas de aluguel. Em nível nacional, imóveis residenciais com aluguel acima de R$ 13 mil registraram taxa de 6,37%, enquanto aqueles com valores de até R$ 1.000 chegaram a 6,26%. As menores taxas seguem concentradas nas faixas intermediárias, entre R$ 2.000 e R$ 5.000.

Entre os imóveis comerciais, a maior inadimplência continua na faixa de até R$ 1.000, com índice de 9,57%. Já os contratos entre R$ 5.000 e R$ 8.000 apresentaram o menor percentual, de 4,25%.

Para Gonçalves, o cenário reforça um padrão observado ao longo de todo o ano. “As faixas extremas concentram maior inadimplência, refletindo tanto a pressão sobre famílias de menor renda quanto os desafios de manutenção de contratos de alto valor. Nas faixas intermediárias, os índices mais estáveis indicam um equilíbrio maior entre renda e valor do aluguel”, explica.