Após uma semana marcada por calor extremo e baixos volumes de chuva, o Paraná entra em 2026 com chuvas mais frequentes e temperaturas em declínio, segundo análise do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). A mudança quebra uma sequência de quase sete dias consecutivos com temperaturas mais de cinco graus acima da média climatológica, especialmente nas regiões dos Campos Gerais, Leste e Litoral, além de calor intenso também no Interior.
A instabilidade começou a se intensificar já nesta segunda-feira (29), com o aumento da umidade e a atuação conjunta de um sistema frontal no oceano e uma área de baixa pressão no continente. Durante a madrugada, Foz do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu registraram acumulados superiores a 50 milímetros de chuva. Em municípios como Jacarezinho, Cerro Azul, Capanema e Cambará, os volumes passaram de 10 mm nas primeiras horas do dia.
De acordo com o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Simepar, a segunda-feira ainda apresenta calor à tarde, mas já com pancadas de chuva mais abrangentes. “Essas chuvas ajudam a refrescar momentaneamente, mas podem provocar transtornos, pois são fortes, com muitos raios e rajadas de vento”, explica.
A partir desta terça-feira (30), a tendência é de chuvas mais regulares em todo o Estado, resultado da mudança na circulação dos ventos. O ar seco que predominava, vindo do Sudeste, passa a ser substituído por ar mais úmido de origem continental, favorecendo a formação de nuvens carregadas.
Entre terça e quarta-feira, o fluxo de ar quente e úmido em níveis mais elevados da atmosfera deve potencializar temporais, especialmente entre o Centro-Leste e o Litoral. “No primeiro dia de 2026, a chuva tende a ser mais frequente nessas regiões”, reforça o meteorologista.
Apesar de o tempo ainda seguir abafado no início da semana, os primeiros dias de janeiro já apresentam redução significativa das temperaturas máximas. Em praticamente todo o Paraná, os termômetros voltam a marcar valores abaixo dos 30 °C.
Em Curitiba, a máxima pode se aproximar dos 30 °C nesta segunda-feira, mas cai para menos de 28 °C na terça e não deve passar de 26 °C nos dias 2 e 3 de janeiro. No Litoral, cidades como Antonina ainda registram máximas próximas dos 30 °C até quinta-feira (1º), mas entre sexta (2) e sábado (3) os valores ficam em torno de 25 °C.
Desde o dia 21 de dezembro, o Paraná enfrentou um dos períodos mais quentes de 2025. Em Curitiba, Fazenda Rio Grande, Irati e Lapa, as temperaturas ficaram sete dias seguidos cinco graus acima da média, com volumes de chuva inferiores a 30 mm no período. Em Irati, por exemplo, foram apenas 1,4 mm registrados desde o dia 20.
No Litoral, a combinação de calor e alta umidade elevou a sensação térmica para acima dos 40 °C em diversos dias. Guaraqueçaba chegou a marcar 40,4 °C, a segunda maior temperatura do Estado em 2025, atrás apenas dos 42,5 °C registrados em Capanema em abril.
Com a mudança no padrão do tempo, o Simepar avalia que o início de 2026 será marcado por condições mais próximas da normalidade climatológica, trazendo alívio após uma das semanas mais quentes do ano.