A balança comercial do Paraná voltou a apresentar resultado positivo em novembro de 2025, com superávit de US$ 268,1 milhões e corrente de comércio de US$ 3,3 bilhões, confirmando a relevância do setor externo para a economia estadual. Os dados constam do Boletim do Comércio Exterior, elaborado pela Fecomércio PR, que analisa o desempenho das exportações e importações do Estado.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as exportações paranaenses alcançaram US$ 21,4 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 18,9 bilhões, mantendo o saldo comercial favorável ao longo do ano.
Na comparação com novembro de 2024, as exportações apresentaram crescimento significativo em diversos segmentos. Entre os destaques estão a soja, com alta de 247,6%, o milho não moído, que avançou 143,0%, e os veículos rodoviários, com crescimento de 51,2%. Também se destacaram os óleos combustíveis de petróleo, com aumento de 176,7%, e os itens de torneiras, caldeiras e reservatórios, que registraram expressiva elevação de 4.632,1%.
Outros produtos com desempenho positivo foram o café torrado, que cresceu 31,3%, e a carne bovina fresca ou congelada, com alta de 43,8%, reforçando a força do agronegócio e da agroindústria paranaense no mercado internacional.
Apesar do cenário favorável, as exportações de aves e suas miudezas apresentaram retração de 13,1% em novembro, na comparação anual. Ainda assim, o produto manteve forte presença em mercados estratégicos, especialmente no Oriente Médio, com embarques para países como Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Qatar. Também houve crescimento nas vendas para China, Argentina, Chile, Holanda, México, Alemanha, Rússia, Singapura, Filipinas, Coreia do Sul e Japão.
Do lado das importações, novembro de 2025 registrou aumento significativo em relação ao mesmo mês de 2024. O maior destaque foi a entrada de soja, com variação de 8.349,2%, seguida por trigo e centeio, que cresceram 115,4%. Também houve aumento nas importações de pneus, flaps e câmaras de ar (51,9%) e de aparelhos de medição (15,8%).
A China manteve-se como principal destino das exportações paranaenses, seguida por Argentina, Irã, Chile e Emirados Árabes Unidos. Para esses mercados, o Paraná exportou principalmente soja, milho em grão, frango, papel e cartão, automóveis e carnes bovina e suína. Na comparação anual, destacaram-se os crescimentos das exportações para China (117,2%), Irã (445,3%), Egito (90,9%), Singapura (329,6%), Noruega (401,0%), Espanha (270,6%) e Iraque (164,7%). Em contrapartida, as vendas para os Estados Unidos recuaram 65,2%.
Nas importações, os principais países de origem foram China, Paraguai, Índia, Alemanha e Dinamarca, com destaque para produtos como fertilizantes, veículos, combustíveis, grãos, medicamentos, enzimas, máquinas e equipamentos. O boletim aponta aumento relevante das importações provenientes do Paraguai (68,2%), Índia (71,9%), Suécia (62,5%), Holanda (128,8%) e Arábia Saudita (41,2%).
Para o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, os números refletem a capacidade do Estado em diversificar sua pauta exportadora e ampliar mercados. “O desempenho da balança comercial evidencia a força do setor produtivo paranaense e a importância da inserção internacional para sustentar o crescimento econômico, mesmo diante de um cenário global desafiador”, avalia.
A manutenção do superávit e a ampliação das relações comerciais internacionais reforçam a estabilidade da economia paranaense, fortalecem cadeias produtivas estratégicas e indicam perspectivas positivas para o comércio exterior do Estado nos próximos meses.