A indústria brasileira de materiais de construção apresentou leve recuperação em novembro de 2025, mas deve encerrar o ano com desempenho negativo. Os dados constam na nova edição do Índice ABRAMAT, divulgada nesta segunda-feira (15) pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), em levantamento elaborado com exclusividade pela consultoria ECCONIT, após encontro de CEOs realizado na sede da entidade, em São Paulo.
De acordo com o estudo, o faturamento do setor cresceu 1,1% em novembro, na comparação com outubro, considerando o ajuste sazonal. No entanto, na comparação com o mesmo mês de novembro de 2024, houve queda de 1,4%, indicando que a recuperação ainda ocorre de forma pontual e insuficiente para reverter o cenário do ano.
A projeção de fechamento de 2025 aponta retração de 0,5%, refletindo um período marcado por desaceleração da demanda, pressão nos custos de produção e maior cautela nos investimentos, tanto por parte da indústria quanto do mercado imobiliário.
Segundo o presidente da ABRAMAT, Paulo Engler, apesar do resultado positivo no curto prazo, o ambiente segue desafiador.
“Apesar da recuperação pontual em novembro, o setor ainda enfrenta um cenário complexo, e o crescimento sustentável dependerá de uma retomada mais firme da atividade econômica e do fortalecimento da confiança do investidor”, avaliou.
A análise por categorias mostra que os materiais básicos tiveram queda de 1,4% no faturamento deflacionado em relação a novembro de 2024. Já os materiais de acabamento também registraram retração de 1,4% na mesma base de comparação.
Por outro lado, frente a outubro de 2025, com ajuste sazonal, os números indicam crescimento de 1,3% nos materiais básicos e alta de 0,8% nos materiais de acabamento, reforçando o movimento de melhora no curto prazo, ainda que insuficiente para compensar as perdas acumuladas ao longo do ano.
O Índice ABRAMAT/ECCONIT é considerado um dos principais indicadores da indústria nacional de materiais de construção, reunindo informações econômicas estratégicas que auxiliam empresas, governo e agentes de mercado na análise de tendências e na tomada de decisões.
Mesmo com sinais de recuperação em meses pontuais, o levantamento reforça que o setor encerra 2025 sob um cenário de crescimento limitado, dependente de condições macroeconômicas mais favoráveis para retomar um ciclo consistente de expansão.