Uma área de baixa pressão que avança da Argentina e do Paraguai em direção ao Rio Grande do Sul se intensifica e dá origem, nesta segunda-feira (08), a um ciclone extratropical capaz de virar o tempo no Paraná. Embora o centro do sistema não atue diretamente sobre o Estado, os reflexos serão sentidos em praticamente todas as regiões, com previsão de temporais, chuva intensa, granizo e rajadas de vento que podem passar dos 80 km/h até, pelo menos, quarta-feira (10).
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o impacto do ciclone começa a ser sentido já nesta segunda-feira. O Boletim de Gestão de Riscos, elaborado em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, aponta risco alto nas regiões Oeste, Noroeste e no oeste do Norte (próximo a Maringá).
Nessas áreas, o cenário é de chuva pontualmente intensa em curto espaço de tempo e tempestades localizadas, acompanhadas de rajadas de vento em superfície e possibilidade de granizo. No Leste o risco é classificado como baixo e, nas demais regiões, moderado, com chance de pancadas de chuva localmente fortes, sobretudo à tarde, no Norte, Campos Gerais e Centro-Sul.
Apesar das instabilidades, a sensação de abafamento continua. Em várias cidades o termômetro segue acima de 30°C, mantendo o clima pesado e propício para a formação de nuvens carregadas.
Antes mesmo da chegada dos temporais, o domingo (07) já foi histórico em algumas localidades. Estações meteorológicas do Simepar registraram as temperaturas mais altas de 2025 até agora em diferentes regiões do Estado.
Os maiores registros foram em Cândido de Abreu, com 38,6 °C, Palmas, com 31,8 °C, Distrito de Horizonte (Palmas), com 28,8 °C, Pinhais, com 34,2 °C, e União da Vitória, com 33,7 °C. O calor intenso cria um ambiente ainda mais favorável para a formação de tempestades severas.
Os maiores impactos do ciclone extratropical, no entanto, são esperados para terça-feira (09), quando ele dará origem a uma frente fria que atravessará o Paraná. A previsão é de temporais em praticamente todo o estado, com chuva forte, raios e risco de granizo.
Segundo a meteorologista do Simepar, Bianca de Angelo, os temporais começam pela manhã no Oeste e avançam em direção ao Leste ao longo do dia. As rajadas de vento devem se intensificar, podendo superar os 70 km/h.
O mapa de gestão de riscos indica risco alto para acumulados de chuva pontualmente acima de 100 mm nas regiões Norte e Leste. No extremo Noroeste o risco é baixo e, nas demais áreas, moderado, com potencial para alagamentos pontuais e transtornos à população.
Na quarta-feira (10), o padrão de instabilidade muda. O ciclone se desloca para o oceano e os modelos indicam a possibilidade de transição para ciclone subtropical, afastando os maiores volumes de chuva do Paraná. Ainda assim, o Estado não ficará livre dos efeitos do sistema.
Os menores acumulados de chuva serão compensados pela intensidade do vento. Pancadas rápidas e isoladas podem ocorrer em todo o Paraná, mas o destaque será o Leste, onde o risco é alto para rajadas acima de 80 km/h. No Sul e nos Campos Gerais, o risco é moderado, com rajadas perto dos 60 km/h. No extremo Noroeste não há risco e, nas demais regiões, o risco é baixo para rajadas acima de 50 km/h.
Na quinta-feira (11), o ciclone perde força de forma significativa. A previsão aponta apenas pancadas rápidas de chuva no Oeste, com predomínio de sol na maior parte do Estado e rajadas de vento menos intensas. Apenas a região litorânea ainda pode registrar ventos de até 60 km/h.
Já na sexta-feira (12), o ciclone não deve mais influenciar o tempo no Paraná. No entanto, um novo sistema de baixa pressão deve se formar sobre o Paraguai, voltando a favorecer temporais isolados, que podem ser pontualmente intensos no Oeste.