Inovação FIILv2025
Paraná mira se tornar o segundo estado mais inovador do país, diz secretário
Festival de Inovação de Londrina abre sua segunda edição com a presença de autoridades, empresários e lideranças do ecossistema; meta do governo é usar ciência e tecnologia para dobrar o PIB estadual até 2026.
27/11/2025 15h27 Atualizada há 2 horas
Por: João Livi Fonte: Crcom
Abertura do FIIL 2025 em Londrina. (Foto: Antonio Neto)

segunda edição do Festival de Inovação de Londrina (FIIL – 2025) começou na manhã desta quinta-feira (27), no Parque Ney Braga, reunindo autoridades, empresários, pesquisadores, representantes das 12 governanças do ecossistema e lideranças nacionais do setor. O evento segue até o final da tarde desta sexta-feira (28).

Na abertura, o secretário de Inovação e Inteligência Artificial do Paraná, Alex Canziani, afirmou que o estado vive um momento decisivo na área de ciência e tecnologia — e traçou uma meta clara: colocar o Paraná como o segundo estado mais inovador do Brasil já no próximo ano, ultrapassando Santa Catarina.

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“O Paraná saiu do sexto lugar em inovação, em 2020, para o terceiro agora, muito próximo de Santa Catarina”, afirmou, citando indicadores do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Nossa meta é objetiva: no ano que vem, queremos ultrapassar Santa Catarina — com todo respeito aos catarinenses.”

Canziani destacou que o avanço não é casual. “Em 2023, investimos R$ 100 milhões em ciência, tecnologia e inovação. Este ano, serão mais de R$ 600 milhões”, disse. Segundo ele, inovação é o eixo central da estratégia para dobrar o PIB do Paraná entre 2019 e 2026. “Os vencedores do Prêmio Nobel deste ano mostraram exatamente isso: investimento em inovação gera desenvolvimento econômico e qualidade de vida.”

Canziani disse não ter dúvida sobre a consolidação do FIIL, cuja primeira edição foi realizada no ano passado. “O espírito deste evento vem desse propósito”, resumiu. “Londrina tem muitos eventos e verticalidades, mas faltava um momento capaz de reunir e mostrar tudo aquilo que o nosso ecossistema produz. O FIIL surge para isso.”

Prefeitura: “Londrina é a capital brasileira da inovação”

O prefeito em exercício, Júnior Santos Rosa, destacou o caráter simbólico e festivo do evento. “Hoje é um dia para celebrar a inovação na cidade”, afirmou. Ele citou o Instituto Estação 43, que reúne as governanças da cidade, como símbolo da locomotiva do ecossistema de inovação e reforçou que Londrina se projeta como referência nacional.

“A vocação inovadora de Londrina vem de décadas. A inovação está no DNA londrinense”, disse. Para ele, os avanços não são individuais: “As conquistas acontecem com muitas mãos, com pessoas competentes, apaixonadas por Londrina e comprometidas em transformar a cidade.”

Instituições e governanças reforçam união e maturidade do ecossistema

Lúcio Kamiji, presidente do Conselho de Administração da Estação 43, instituto realizador do FIIL, destacou a diversidade de atores presentes: “Reunimos aqui uma comunidade vibrante de pessoas, ideias e propósitos: autoridades políticas, representantes das 14 entidades do nosso conselho, membros das 12 governanças setoriais, empresários, startups, pesquisadores, gestores públicos e sociedade civil. Todos unidos pela convicção de que a inovação transforma vidas, territórios e futuros.”

O coordenador geral do FIIL, Hemerson Ravaneda, enfatizou a importância da articulação regional — especialmente a relação entre Londrina e Maringá. “Trabalhar de forma colaborativa, respeitando as particularidades de cada cidade, fortalece todo o Paraná”, afirmou.

Com bom humor, mencionou as rivalidades entre as cidades vizinhas, mas reforçou que Londrina tem muito a oferecer: “É uma cidade com ambiente forte para a indústria e o comércio, grande capacidade tecnológica, academia qualificada e muitos talentos — inclusive talentos que estamos repatriando com novas oportunidades.”

Sebrae: 278 startups ativas e 34 missões em dois anos

O gerente regional do Sebrae Norte, Rubens Negrão, destacou o reconhecimento nacional do ecossistema londrinense. “Só nos últimos dois anos, recebemos mais de 34 missões de outras cidades e estados, incluindo Rio Grande do Sul, Rondônia, Palmas e Botucatu”, disse.

Para ele, o FIIL representa o fechamento de um ciclo intenso das 12 governanças de inovação, que se reúnem quinzenalmente desde 2017. “Temos hoje 278 startups ativas na cidade, e o Red Food traz 80 delas ao evento. Este é um momento de auge.”

O consultor do Sebrae, Heverson Feliciano, reforçou que Londrina tem trajetória consolidada. Ele lembrou o planejamento iniciado em 2016 pelo Instituto de Desenvolvimento Empresarial, com apoio do Sebrae, FIEP e outras instituições, que traçou eixos prioritários para a inovação na cidade.

A partir dessa organização, nasceu a metodologia que o Sebrae hoje dissemina nacionalmente. “Entre 2018 e 2019, treinamos representantes de 26 estados. Com a pandemia, continuamos remotamente. Hoje, essa metodologia está presente em 243 ecossistemas de inovação do Brasil.” Ele anunciou ainda que o ELI Summit, encontro nacional dos ecossistemas de inovação, principal encontro do setor no país, será realizado em Londrina, de 24 a 26 de novembro de 2026.

Abratic: construção das governanças é conquista histórica

O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia da Informação e Comunicação (Abratic), Ronaldo Couza, lembrou a trajetória do setor em Londrina. “Lutamos muito para que a cidade se organizasse em governanças. Hoje temos várias — e isso é um sonho realizado para todo o time de tecnologia e para o APL de TI.”

Fundação Araucária: Paraná é o estado que mais investe em ensino superior

A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Araucária, Fátima Aparecida da Cruz Padoan, reforçou os avanços estaduais. “Hoje, o Paraná é o estado que mais investe em ensino superior no Brasil — e esse investimento tem retorno. O estado é, agora, o terceiro que mais inova no país. Esse salto espetacular desde 2020 não é por acaso: é resultado direto das ações do governo, que colocou as pessoas certas nos lugares certos.”

A assessora de Relações Institucionais e Inovação da instituição, Cristianne Cordeiro, da equipe organizadora, lembrou que a realização do festival estava prevista no MasterPlan da cidade. Quando fizemos o Masterplan, discutimos que teríamos um festival. Eu até questionei o nome, festival, mas hoje vejo que foi muito adequado. A conexão com o ecossistema fez toda a diferença para a região. O ecossistema faz a diferença. Este festival é resultado de uma construção entre amigos e parceiros.”

Sociedade Rural: inovação como território vivo

O diretor da Sociedade Rural do Paraná, Ricardo Neukirchner, anfitrião do evento, destacou a importância do espaço que recebe pela segunda vez o FIIL. “Receber o festival reforça algo em que acreditamos profundamente: inovação não é um evento isolado. É um ambiente vivo, um território construído todos os dias. Este grupo que está aqui trabalha para fortalecer o desenvolvimento da nossa região.”

Emanoel Gomes, presidente da Câmara de Londrina, destacou o papel da Câmara na inovação, com a criação do Laboratório de Inovação que orienta os projetos internos de tecnologia, com investimentos previstos de R$ 6,5 milhões a R$ 9 milhões até o fim de 2025. Já o deputado estadual Jairo Tamura ressaltou a importância do poder público na condução da transformação tecnológica, lembrando a evolução da comunicação e afirmando que, mesmo com avanços rápidos, o diálogo humano continua essencial.