Brasil Novas regras
Novo teto do Minha Casa Minha Vida reacende corrida por imóveis populares no país
Reajuste aprovado pelo Conselho do FGTS amplia o limite dos valores financiáveis e devolve às famílias de baixa renda o acesso a unidades antes fora do orçamento.
25/11/2025 08h27
Por: João Livi Fonte: CEF
Famílias analisam novas opções de imóveis após o reajuste do teto do Minha Casa Minha Vida, em vigor desde novembro. (Foto: Freepik)

Uma das mudanças mais aguardadas por quem tenta comprar a casa própria finalmente saiu do papel. O Conselho Curador do FGTS aprovou um aumento no valor máximo dos imóveis do Minha Casa Minha Vida (MCMV), corrigindo uma defasagem que já afastava milhares de famílias do programa. Agora, com o novo teto - que nos grandes centros passa de R$ 264 mil para até R$ 275 mil - o mercado volta a enxergar fôlego, e compradores retomam a esperança de conquistar um imóvel compatível com a renda.

Reajuste que muda o jogo

A alteração beneficia diretamente famílias com renda de até R$ 4.700 mensais, especialmente das faixas 1 e 2 do programa, que vinham enfrentando verdadeira peregrinação para encontrar unidades dentro do limite antigo. A discrepância entre o preço dos imóveis e o teto congelado tornava a busca quase impossível em regiões metropolitanas.

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O especialista em financiamento imobiliário Murilo Arjona descreve a mudança como urgente diante do avanço contínuo do custo da construção civil e da valorização dos terrenos. Ele afirma que o mercado já não conseguia oferecer imóveis dentro do limite defasado, e que o novo valor devolve ao programa a atratividade perdida.

Efeito direto no bolso do comprador

Com o novo teto liberado, mais imóveis passam a se encaixar nas faixas atendidas pelo Minha Casa Minha Vida. Isso reduz a disputa por poucas unidades e abre espaço para quem aguardava na fila. Além disso, as taxas de juros das faixas mais baixas seguem extremamente competitivas - em muitos cenários, praticamente negativas quando comparadas à inflação do período.

A orientação de Murilo segue clara: quem tem condições deve aproveitar. A combinação de juros baixos, maior oferta e teto reajustado cria um cenário favorável para iniciar um financiamento que dificilmente encontra equivalência em outras modalidades.

Indústria da construção volta a respirar

A decisão também tem forte impacto sobre o ritmo de obras no país. O voto unânime do Conselho do FGTS destrava projetos parados e incentiva novos empreendimentos, especialmente nas metrópoles, onde o preço do metro quadrado cresceu acima da média nacional e tornava muitos projetos inviáveis.

Com o reajuste alinhado ao orçamento de habitação de 2025 - que prevê R$ 144,5 bilhões do FGTS destinados ao setor - construtoras e agentes financeiros já começaram a atualizar suas plataformas e condições de oferta.