A inteligência artificial deixou de ser exclusividade de grandes corporações e passou a ocupar espaço decisivo no dia a dia de pequenos negócios, empreendedores e profissionais autônomos. É o que revela o relatório Tendências de Mercado 2026, do Sebrae, que projeta a personalização como motor da transformação digital no próximo ano, unindo automação eficiente e atendimento com identidade humana.
De acordo com o estudo, o público buscará experiências digitais simples, rápidas e alinhadas com valores pessoais. A preferência por interações diretas e personalizadas deverá influenciar tanto o varejo quanto o setor de serviços.
A análise reforça que empresas que automatizarem processos sem eliminar o vínculo humano terão vantagem competitiva. A aposta está na combinação entre tecnologia e propósito - e na aplicação ética e transparente da IA.
O movimento previsto pelo Sebrae já é visível na área educacional. Diversas plataformas utilizam IA para reduzir tarefas operacionais, acelerar fluxos internos e liberar os profissionais para intervenções pedagógicas mais qualificadas. No Brasil, o TutorMundi aparece como exemplo dessa integração equilibrada.
A plataforma emprega inteligência artificial em atividades de bastidor, como triagem de dúvidas, revisão de textos e automações administrativas, enquanto mantém tutores humanos à frente da mediação com os estudantes. Em 2024, registrou mais de 47 mil horas de monitoria e já ultrapassou 1 milhão de atendimentos desde sua criação.
Segundo o CEO, Rapha Coe, o uso responsável da IA permite aumentar a eficiência operacional sem afetar o caráter humano da aprendizagem, tornando a tecnologia uma aliada direta do acompanhamento individual.
O relatório indica que consumidores estão mais dispostos a interagir com sistemas automatizados quando percebem clareza, rapidez e relevância no atendimento. No setor educacional, essa tendência se traduz em modelos híbridos, que unem tecnologia, presença humana e ambientes personalizados.
À medida que 2026 se aproxima, o grande desafio para empresas e instituições será transformar eficiência tecnológica em experiências autênticas. A expectativa é que a combinação entre automação ética e sensibilidade humana se torne a base de setores que pretendem equilibrar inovação, propósito e qualidade.