Cidades Retaliação?
Presidente da Câmara de Marechal Rondon vê 'retaliação' em ameaça de perda do BPFron
Em sessão ordinária, vereador lamenta histórico de perdas de órgãos estaduais e federais e questiona justificativa do Governo do Estado para a paralisação das obras
18/11/2025 10h51
Por: João Livi
O Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Marechal Cândido Rondon  expressou preocupação com os rumores da transferência da sede do BPFron. (Foto: Cristiano Viteck)

O futuro do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFrão) em Marechal Cândido Rondon dominou a sessão ordinária da Câmara Municipal nesta segunda-feira (17), com um pronunciamento forte do Presidente da Casa, vereador Valdir Sachser , o Valdirzinho. Ao comentar os debates levantados na tribuna, o Presidente expressou profunda tristeza e preocupação com o possível abandono da obra e a transferência da unidade para outro município.

“Eu, ouvindo atentamente os pronunciamentos da tribuna, eu não posso me calar referente ao assunto do BPFron”, declarou o Presidente, reforçando o histórico de desfalques que a cidade sofreu. “Nós perdemos a Receita Federal. Nós perdemos a Receita Estadual. Nós perdemos o presídio. E nós estamos perdendo sim o BPFron. É lamentável”.

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O vereador relembrou a intensa mobilização para trazer o Batalhão para Marechal Cândido Rondon. A instalação da unidade foi resultado de uma “luta do deputado Élio Rusch e com todas as entidades sociais representativas do nosso município que abraçaram a causa”, em um processo de convencimento que envolveu o governo estadual e o então governador Beto Richa, que, “estrategicamente, achou por melhor Marechal Cândido Rondon” em detrimento de Santa Helena ou Guaíra.

Atualmente, a grande maioria da estrutura da sede própria do BPFron já está pronta, restando apenas o acabamento e alguns itens pontuais. É neste ponto que reside a maior indignação do Presidente. “O que eu não consigo entender é que o governo do Estado derrame verbas para todos os lados, mas a verba do BPFrão já está carimbada”, argumentou. Ele contestou a justificativa técnica apresentada pelo governo - uma perfuração que não deu favorável -, classificando-a como insuficiente.

“Por causa de uma perfuração que não deu favorável, isso não se justifica. Deve sim haver outros motivos para o BPFrão ter saído ou pensa em sair de Marechal Cândido Rondon, com certeza absoluta”, afirmou, levantando a suspeita de motivações políticas por trás do impasse.

O Presidente foi enfático ao declarar sua crença em uma “retaliação,” ligada a episódios anteriores de discussões sobre a vinda do presídio para o município, onde, segundo ele, “a carroça foi colocada na frente dos bois”. O desfecho dessa crise, ele concluiu, recairá sobre os moradores: “Na certeza, quem vai pagar com tudo isso é a população de Marechal Cândido Rondon”.