Economia Sistema financeiro
Liquidação extrajudicial do Banco Master expõe falhas de gestão e reforça alerta sobre segurança no sistema financeiro
Ação do Banco Central encerra operações da instituição após suspeitas de gestão fraudulenta; episódio reacende debate sobre confiança, proteção ao investidor e escolha de instituições sólidas
18/11/2025 10h07
Por: João Livi Fonte: Banco Central
Banco Central liquida Banco Master após suspeitas de gestão fraudulenta e reforça debate sobre segurança financeira. (Foto: Divulgação)

O Banco Central decretou, na terça-feira (18), a liquidação extrajudicial do Banco Master e da Master S.A. Corretora de Câmbio, medida que interrompeu imediatamente as operações do grupo. A decisão veio no mesmo dia em que o controlador da instituição, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal por suspeitas de gestão fraudulenta e temerária. O caso reacendeu discussões sobre a robustez da supervisão bancária e os critérios que consumidores e empresas devem considerar ao escolher onde aplicar seus recursos.

O regime decretado pelo Banco Central ocorre quando uma instituição apresenta problemas patrimoniais, operacionais ou administrativos graves, sem perspectiva de recuperação. Nesta fase:

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Suspeitas já vinham sendo levantadas sobre o modelo de negócios do Banco Master, baseado na captação de recursos com juros acima da média e em investimentos de baixa liquidez, como precatórios e direitos creditórios.

Impacto e risco sistêmico

Apesar da repercussão, a liquidação do Banco Master não representa risco sistêmico imediato. O tamanho limitado da instituição, somado à ação rápida do Banco Central e à atuação do FGC, evita contaminação do restante do mercado financeiro.

A situação, no entanto, destaca novamente a importância de monitorar práticas agressivas de captação e a qualidade dos ativos lastreados em carteiras de bancos médios e pequenos.

Escolher instituições sólidas faz diferença

O episódio também reforça a necessidade de consumidores e empresas avaliarem a solidez das instituições financeiras nas quais investem. Organizações com presença consolidada no mercado, histórico de governança e supervisão rigorosa tendem a oferecer maior previsibilidade e segurança.

Nesse contexto, cooperativas de crédito - que atuam próximas das comunidades, possuem estruturas de gestão participativa e modelo menos exposto a operações de alto risco - se destacam como alternativas conhecidas pela estabilidade e pela transparência. Além do acompanhamento direto pelos cooperados, essas instituições são supervisionadas pelo Banco Central e contam com mecanismos próprios de proteção e gestão prudencial.

Confiança sob teste

Casos de gestão irregular, principalmente acompanhados de prisões e medidas cautelares, impactam a percepção pública e reforçam a necessidade de aprimorar mecanismos de fiscalização e transparência. O episódio do Banco Master evidencia que fragilidades internas podem comprometer rapidamente uma instituição, mas também demonstra que os instrumentos de contenção do Sistema Financeiro Nacional estão funcionando para isolar danos.