Blogs e Colunas Hedonismo
Contornando a busca vazia
Tarcísio Vanderlinde[i]
10/11/2025 09h15 Atualizada há 4 horas
Por: João Livi
Tarcisio Vanderlinde

O hedonismo é, por sua natureza exaustivo. Leva a pessoa a perseguir, devorar e renovar a busca. O próprio processo atropela o prazer, porque não oferece oportunidade de desfrutar o que com tanta voracidade foi buscado.

O prazer é engolido e jogado de lado sem pensar duas vezes, enquanto o perseguidor procura uma nova presa para lhe proporcionar um novo prazer, igualmente efêmero.

Continua após a publicidade

Os festejos do Antigo Testamento, designados por Deus para que seu povo os observasse, possivelmente tenham sido planejados para evitar o ciclo hedonista da busca vazia.

Além de reafirmar a dependência a Deus, renovar seu compromisso com ele e ensinar às novas gerações sua fidelidade e poder, os festejos também serviam para prolongar o prazer coletivo das bênçãos de Israel.

Ainda hoje podemos apreciar como milhares de anos de história conferiram à Páscoa, por exemplo, uma grande riqueza, renovando e sustentando o prazer de celebrações que já duram séculos.

Talvez porque nossa cultura valorize a eficiência, ou talvez porque estejamos nos acostumando a ver grande parte de nossa tecnologia e tradições se tornarem obsoletas em nossa vida, não somos aptos a fazer memória.

O que Deus fez por nós esta semana? É uma pergunta que talvez pudéssemos responder bem, mas e há um ano ou cinco anos atrás? As memórias são nebulosas, pois não foram cultivadas.

Sem cultivo, fica perdido o prazer de se maravilhar com a providência de Deus, de chorar alegremente por seu perdão renovado e de regozijar-se com seus milagres.

 

(Adaptado por T. H. Vanderlinde da obra “O pensamento vivo de C. S. Lewis: uma jornada espiritual pela obra do autor de As crônicas de Nárnia”)

[i] tarcisiovanderlinde@gmail.com