Um estudo da Looqbox, empresa especializada em inteligência de dados, projeta que o mercado global de robôs humanoides poderá movimentar até US$ 5 trilhões por ano até 2050. A análise indica que a tecnologia, já em uso em setores industriais e de serviços, começa a ganhar espaço também em aplicações domésticas.
Empresas de ponta já avançam no uso de humanoides. A Tesla iniciou a aplicação de seu modelo Optimus em fábricas e estima custos entre US$ 20 mil e US$ 30 mil por unidade. A Figure.ai, apoiada por Microsoft e OpenAI, fechou parceria com a BMW e prevê produzir 100 mil unidades nos próximos anos. Na Noruega, a 1X começou a testar centenas de robôs em residências, enquanto a chinesa UBTech apresentou um modelo voltado ao acompanhamento de idosos, também na faixa de US$ 20 mil.
Apesar dos avanços, os preços ainda são barreira para popularização. O modelo industrial Digit, da Agility Robotics, custa em torno de US$ 250 mil. Versões mais recentes já despontam em valores bem menores, o que deve acelerar a adoção conforme a produção em escala avance.
O relatório também alerta para limitações técnicas: autonomia das baterias ainda restrita a quatro ou cinco horas, destreza manual distante da humana e dificuldade de navegação em ambientes domésticos não estruturados. Por isso, a expansão inicial ocorre em setores industriais, onde as condições de operação são mais previsíveis.
Segundo Rodrigo Murta, CEO da Looqbox, o humanoide pode seguir a mesma trajetória de popularização de tecnologias como o automóvel e o smartphone: “O setor nasce restrito a grandes indústrias e consumidores de alto poder aquisitivo, mas tende a se expandir à medida que a tecnologia amadurece e os preços caem, tornando-se parte do dia a dia das famílias”.
O levantamento conclui que, embora ainda em estágio inicial, os robôs humanoides despontam como uma das tecnologias com maior potencial de impacto econômico e social nas próximas décadas.
O que são Robôs humanoides
Robôs humanóides são máquinas desenvolvidas para reproduzir a forma e, em parte, as funções do corpo humano. Eles são projetados com tronco, cabeça, braços e pernas - ou seja, uma aparência que lembra a de uma pessoa.
Principais características
Formato humano: estrutura semelhante ao corpo humano, com rosto ou cabeça, torso, braços e pernas.
Movimentação: capacidade de andar, correr, sentar, levantar e executar gestos próximos aos de um ser humano.
Interação: alguns possuem expressões faciais, voz sintetizada e sensores para se comunicar com pessoas.
Funções variadas: podem realizar tarefas industriais (em fábricas), serviços (como recepção ou atendimento) e, em estágios iniciais, até atividades domésticas simples.
Exemplos no mercado
Tesla Optimus: já testado em linhas de produção.
Figure 01 (Figure.ai): em parceria com a BMW, projetado para atuar em fábricas.
UBTech: lançou um modelo para auxiliar idosos em casa.
Desafios atuais
Baterias com pouca autonomia (cerca de 4 a 5 horas).
Movimentos menos precisos que os de um humano.
Dificuldade para lidar com ambientes domésticos desorganizados.
Em resumo, os robôs humanoides buscam unir tecnologia mecânica, eletrônica e inteligência artificial para se tornarem assistentes capazes de interagir e executar tarefas como se fossem uma pessoa.