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A espera no saguão
Tarcísio Vanderlinde[i]
15/09/2025 17h12
Por: João Livi
Tarcisio Vanderlinde

Certas pessoas vão descobrir que terão de esperar no saguão por um tempo considerável, enquanto outras saberão com certeza e imediatamente em qual das portas deverão bater.

Eu não conheço o porquê dessa diferença, mas tenho a convicção de que Deus não deixa ninguém a espera a não ser que a julgue benéfica. Quando você chegar ao seu cômodo, descobrirá que a longa espera lhe fez um bem que não seria alcançável por outros meios.

Porém, sua estada no saguão deve ser encarada como uma espera, e não como um acampamento. Você deve perseverar na oração, implorando pela luz; e, claro, mesmo que ainda no saguão, deve começar a tentar obedecer as regras comuns à casa inteira.

Acima de tudo, deve se perguntar continuamente qual das portas é verdadeira; não qual delas tem a pintura mais bonita ou possui os melhores ornamentos. Em linguagem clara, a pergunta a ser feita não deve ser:

Será que eu gosto desses rituais?”, mas sim: “Serão essas doutrinas verdadeiras? O sagrado mora aqui? Será que minha relutância em bater nesta porta não se deve ao orgulho, ou a um gosto pessoal, ou ao capricho de não simpatizar com o seu guardião?”

Quando você chegar ao seu cômodo, seja bondoso com as pessoas que escolheram outras portas, bem como com as que ainda estão no saguão.

Se elas estão no erro, precisam ainda mais de suas preces; e, se forem inimigas, você, como cristão, tem o dever de orar por elas. Esta é uma das regras comuns à casa inteira.

 

Adaptado por T. H. Vanderlinde da obra “Cristianismo puro de simples de C. S. Lewis (1898-1963). Lewis é autor da notável série literária “As crônicas de Nárnia”.

[i] tarcisiovanderlinde@gmail.com