Economia Endividamento
Endividamento no Paraná estabiliza, enquanto Brasil bate recorde histórico de inadimplência
Estado cai do 2º para o 11º lugar no ranking de endividados e mantém desempenho melhor que a média nacional
10/09/2025 13h39
Por: João Livi Fonte: Fecomércio
Consumo mais cauteloso mantém estabilidade do endividamento no Paraná, enquanto o país atinge recorde de inadimplência. (Foto: Freepik)

O Paraná conseguiu segurar o avanço das dívidas familiares em agosto e apresentou estabilidade no índice de endividamento, que atingiu 85,7% dos lares, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Fecomércio PR. Apesar do percentual elevado, o número é mais baixo do que o registrado no mesmo período de 2024, quando 91% das famílias declararam ter dívidas.

A taxa de inadimplência também recuou no comparativo anual: 12,4% das famílias paranaenses tinham contas em atraso em agosto deste ano, contra 15% no mesmo mês de 2024. O número, no entanto, apresentou leve alta em relação a julho, quando estava em 12%. Já a parcela das famílias que não possuem condições de pagar suas dívidas caiu para 2,3%, quase metade dos 4,7% de um ano atrás.

Esse desempenho fez o Paraná despencar do 2º para o 11º lugar no ranking nacional de endividados, enquanto Minas Gerais lidera a lista. No cenário da inadimplência, o estado aparece em penúltimo lugar, sinalizando maior capacidade de pagamento das famílias.

Brasil no vermelho

O cenário nacional, por outro lado, segue mais crítico. O endividamento médio das famílias brasileiras foi de 78,8% em agosto, estável em relação a julho e a 2024. Porém, a inadimplência explodiu e alcançou 30,4%, o maior nível da série histórica. Além disso, 12,8% dos brasileiros afirmaram não ter condições de quitar suas dívidas.

De acordo com a Fecomércio PR, os dados mostram que os paranaenses têm adotado um comportamento de consumo mais cauteloso, enquanto no restante do país a inadimplência continua em alta. Para o comércio, a seletividade na hora de comprar tem garantido um fôlego extra às famílias do estado.

Renda e perfil das dívidas

A análise por faixa de renda confirma que as famílias que recebem até dez salários mínimos seguem mais expostas às dívidas: 86,1% delas estavam endividadas em agosto. Nesse grupo, a inadimplência subiu levemente de 12,7% para 12,9%, e o número de famílias sem condições de pagar passou de 2,7% para 3%.

Entre os que ganham acima de dez salários mínimos, 83,9% declararam ter dívidas, índice estável em relação a julho. Porém, a inadimplência desse grupo cresceu de 8,9% para 10,1%.

O cartão de crédito segue como campeão absoluto do endividamento, representando 95,2% das dívidas em agosto. Os financiamentos de veículos aparecem em segundo lugar (6,9%), seguidos pelos imobiliários (5,6%). Uma novidade é o ressurgimento dos carnês, que voltaram a ganhar força em 2025 e já representam 4% das dívidas, contra 2% em agosto do ano passado.

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