O Palácio Iguaçu foi palco, nesta terça-feira (09), de um encontro que pode redefinir o futuro econômico da região: o governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu o presidente do Paraguai, Santiago Peña, acompanhado de uma comitiva ministerial e de governadores paraguaios, para tratar de parcerias estratégicas e oportunidades de investimento.
Ratinho Junior destacou a sintonia entre os dois territórios, marcada por proximidade geográfica e afinidade cultural. Em 2024, o comércio bilateral movimentou mais de US$ 1,4 bilhão, e só no primeiro semestre de 2025 o montante já se aproxima de US$ 1 bilhão. “O Paraguai é o país que mais cresce na América do Sul, e essa relação fortalece a geração de emprego e renda para ambos os lados”, afirmou.
Peña reforçou que o Brasil é o maior parceiro comercial do Paraguai e que a integração vai além da economia. “Temos Itaipu, quase meio milhão de brasileiros vivendo no país e uma cultura fortemente entrelaçada com a paranaense”, disse o presidente, que citou o agronegócio, a agroindústria e a energia como áreas estratégicas para cooperação.
O Paraguai oferece excedente de energia elétrica a preços competitivos, condição que pode atrair indústrias paranaenses. Já o Paraná disponibiliza experiência consolidada em cooperativismo e logística, com destaque para o Porto de Paranaguá e a nova Ponte da Integração, entre Presidente Franco e Foz do Iguaçu, que criará um novo corredor logístico para caminhões e aliviará o tráfego da Ponte da Amizade.
Outro setor em pauta foi a inovação. Tanto o governo paranaense quanto o paraguaio querem ampliar parcerias em educação pública e tecnologia. Durante a Expo Paraguai Brasil, em Ciudad del Este, uma empresa instalada no Paraguai anunciou novos investimentos no Paraná, simbolizando a força da relação bilateral.
Ratinho Junior apresentou o panorama da economia paranaense, hoje a quarta maior do Brasil, com previsão de alcançar PIB de R$ 800 bilhões até 2026. Já Peña ressaltou que o Paraguai, mesmo com apenas 6,5 milhões de habitantes, produz alimentos para mais de 100 milhões de pessoas. “O desafio global será alimentar quase 10 bilhões de pessoas. Nossa região tem capacidade única de atender essa demanda”, pontuou.
Segundo o Ipardes, em 2024 o Paraná exportou US$ 632 milhões ao Paraguai, principalmente em adubos e fertilizantes, papel e produtos químicos. Do lado paraguaio, as vendas ao Estado somaram US$ 839 milhões, com destaque para soja e cereais. Entre janeiro e agosto deste ano, os números se mantêm robustos: US$ 425 milhões exportados pelo Paraná e US$ 548 milhões importados do Paraguai.
O encontro contou com autoridades brasileiras e paraguaias, incluindo o vice-governador Darci Piana, secretários de Estado, presidentes de estatais, representantes da diplomacia paraguaia e ministros do país vizinho. Quatro governadores paraguaios também participaram da reunião.