O consórcio imobiliário tem se consolidado como uma das principais alternativas para os brasileiros que sonham com a casa própria ou desejam ampliar seu patrimônio. Apenas nos sete primeiros meses de 2025, o setor movimentou R$ 146,56 bilhões em créditos comercializados, um salto de 57% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
Em julho, o sistema registrou 2,45 milhões de participantes ativos, consolidando-se como o terceiro maior segmento dentro do setor de consórcios. O número representa crescimento de 31% em comparação com julho de 2024. As vendas de cotas alcançaram 695,89 mil no primeiro semestre, enquanto quase 80 mil contemplações resultaram em R$ 16,65 bilhões em créditos liberados, evidenciando a força da modalidade.
Com a taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar em duas décadas —, o financiamento tradicional tornou-se mais caro e restritivo. O aumento do valor das entradas exigidas, aliado à dificuldade de aprovação de crédito nos bancos, tem levado milhares de famílias a buscarem alternativas. Nesse cenário, o consórcio surge como opção de planejamento previsível, sem juros e com prazos que chegam a até 15 anos.
O Índice FipeZAP apontou valorização média de 3,33% nos preços residenciais apenas no primeiro trimestre deste ano, reforçando o peso do mercado imobiliário no bolso do consumidor. Com imóveis mais caros e crédito cada vez mais restrito, o consórcio se destaca por permitir mensalidades ajustáveis ao orçamento familiar, além da possibilidade de contemplação a qualquer momento.
Especialistas em finanças pessoais destacam que o consórcio se transforma em um verdadeiro instrumento de planejamento a longo prazo. Em vez de comprometer o orçamento com juros altos, o participante tem previsibilidade de parcelas e maior controle sobre sua capacidade de compra.
Os números confirmam o aquecimento do setor: em julho, o tíquete médio mensal alcançou R$ 270,12 mil, alta de 48,2% frente ao ano anterior. O resultado mostra que o consórcio deixou de ser apenas alternativa e passou a ocupar posição estratégica no mercado imobiliário, equilibrando o desejo do brasileiro de conquistar seu lar com as condições adversas da economia atual.