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Coordenador do Depen-PR detalha proposta de novo presídio em Marechal Rondon e rebate críticas da comunidade
Thiago Correia afirma que a unidade éprevista com 752 vagas, estrutura moderna e foco em ressocialização, além de reforçar todo o aparato policial no município
25/08/2025 14h56
Por: João Livi
Thiago Correia, coordenador regional do Depen-PR, defende que novo presídio em Marechal Rondon trará segurança reforçada e foco em ressocialização. (Foto: Assessoria/Câmara Municipal)

A discussão sobre a construção de um novo presídio em Marechal Cândido Rondon movimenta autoridades, lideranças e comunidade. Para esclarecer pontos centrais da proposta, o coordenador da 8ª Regional do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Depen-PR), Thiago Correia, concedeu entrevista detalhando o projeto e respondendo a críticas e preocupações levantadas pela população.

Capacidade e estrutura moderna

Segundo Correia, não há dúvidas sobre o porte da unidade: serão 752 vagas, e não 300 ou 400, como chegou a circular em boatos locais. “É importante frisar: estamos falando de uma estrutura prisional moderna, projetada para oferecer condições adequadas de segurança e de tratamento penal. Diferente da cadeia atual, que é antiga, limitada e perigosa".

Reforço no aparato policial

O coordenador foi enfático ao afirmar que a instalação de um presídio desse porte amplia a presença de todas as forças policiais:

“Não se trata apenas da Polícia Penal. Com uma unidade dessa magnitude, cresce a estrutura da Polícia Civil, da Polícia Militar e de todo o sistema de segurança pública. É impossível implantar um presídio moderno mantendo o mesmo número de policiais de hoje. O efeito é o contrário: aumenta-se a estrutura e fortalece-se a segurança".

Correia citou o caso de Santa Helena, que perdeu estrutura policial após o fechamento da cadeia pública. Em Marechal Rondon, a previsão é o oposto: uma ampliação significativa.

Ressocialização como meta

Um dos pilares do novo projeto é a ressocialização dos apenados. Para Correia, o sistema não pode se limitar a manter pessoas encarceradas sem oferecer perspectivas de transformação.

“Pergunto à população: que tipo de vizinho você quer no futuro? Alguém que apenas cumpriu pena em uma estrutura precária, sem oportunidade de mudar, ou alguém que trabalhou, estudou e foi tratado com dignidade dentro do sistema prisional? Nossa meta é devolver à sociedade pessoas diferentes das que chegaram".

O modelo previsto prevê a industrialização dos presídios: presos selecionados, após rigorosa avaliação, terão a oportunidade de trabalhar em indústrias instaladas próximas às unidades. Eles recebem remuneração próxima a um salário mínimo e podem reduzir o tempo de pena.

Em Guaíra, esse modelo já se reflete em números: a prefeitura constrói 36 barracões industriais para abrigar empresas que contratarão mão de obra carcerária. Em Cascavel, a Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro já conta com 403 presos inseridos em atividades laborais em parceria com 20 empresas.

Boatos e receios da população

O coordenador também rebateu receios frequentes na comunidade:

Um debate necessário

Correia destacou que o processo precisa ser amplamente debatido, mas que nada será imposto à comunidade:

“O debate é saudável. Estamos à disposição para conversar quantas vezes forem necessárias. O que pedimos é que a população busque informações em fontes confiáveis, não em boatos. O que está em jogo é a modernização da segurança pública e a oportunidade de transformar o sistema prisional".

Como exemplo, citou novamente o caso de Guaíra: “No início, a cidade rejeitava o presídio. Hoje, tanto os parlamentares quanto a população reconhecem os benefícios: aumento do efetivo policial, sensação de segurança e novos empregos com a industrialização da unidade".

Reflexão à comunidade

Correia finalizou sua fala com uma provocação:

“Quem não gostaria de ter mais polícia perto de casa? Só teme uma estrutura policial quem tem problemas com a Justiça. O que precisamos refletir é se queremos manter um prédio ultrapassado, que não ressocializa ninguém, ou receber uma unidade moderna, que fortalece a segurança e prepara detentos para uma nova vida em sociedade".