A automação deixou de ser apenas um passo de modernização para se consolidar como estratégia central na competitividade e na sustentabilidade da indústria brasileira. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que plantas que adotaram automação avançada em 2024 reduziram, em média, 15% do consumo de energia elétrica, alcançando economias anuais que podem superar R$ 10 milhões por unidade. O resultado coloca o país em trajetória de aproximação com líderes mundiais no setor.
Segundo Michael Lopes, engenheiro especializado em projetos industriais de alta complexidade para empresas como Tesla, GM e Ford, os ganhos são concretos e mensuráveis: “Já conseguimos reduzir 10% do consumo total de energia de uma planta, o que representou economia de R$ 200 mil na conta de luz, apenas reestruturando lógicas de comando. Automação e sustentabilidade caminham juntas sem comprometer a performance da produção”, afirma.
Com a automação, é possível simular todo o processo produtivo antes da instalação física, antecipando ajustes, evitando desperdícios e reduzindo erros. O uso de monitoramento em tempo real e integração com inteligência artificial permite controlar picos de consumo e otimizar operações complexas, garantindo maior eficiência e economia.
A aplicação de tecnologia avançada fortalece indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG).
Ambiental: Redução do consumo energético e das emissões de gases de efeito estufa, cumprimento de regulamentações e maior apelo junto a investidores que priorizam sustentabilidade.
Social: Realocação de profissionais para funções de maior valor agregado, aumento da segurança e diminuição de riscos operacionais.
Governança: Sistemas inteligentes asseguram rastreabilidade, compliance e decisões baseadas em dados auditáveis, ampliando a transparência.
De acordo com estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA), a automação pode evitar a emissão de até 12 milhões de toneladas de CO₂ no Brasil até 2030, o equivalente a retirar 2,5 milhões de veículos das ruas.
Para Lopes, o avanço é inevitável: “A tecnologia já está disponível e tem retorno rápido. Automação é a chave para produzir mais, gastar menos energia e estruturar o avanço sustentável da indústria. Este é o futuro da produção brasileira”.