Turismo Turismo em alta
Turismo brasileiro bate recordes e se prepara para transformar crescimento em desenvolvimento sustentável
Com aumento histórico de visitantes e gastos, especialistas defendem regulamentação equilibrada e qualificação para manter avanço do setor
13/08/2025 09h28
Por: João Livi Fonte: M2 Comunicação Jurídica
Marco Antonio de Araujo Jr., presidente da Comissão Especial de Direito do Turismo, Mídia e Entretenimento do Conselho Federal da OAB. (Foto: Divulgação)

O turismo no Brasil vive um momento de ouro. Entre julho de 2024 e junho de 2025, turistas estrangeiros deixaram US$ 7,8 bilhões no país, segundo o Banco Central - o maior valor já registrado desde o início da série histórica, em 1995. No mesmo período, entre janeiro e julho de 2025, quase 6 milhões de visitantes internacionais desembarcaram em território nacional, crescimento de 47,5% sobre o ano anterior.

A alta é impulsionada por câmbio favorável para estrangeiros, ampliação da malha aérea, grandes eventos culturais e esportivos e campanhas mais estruturadas de promoção internacional. Mas, junto com os bons resultados, surgem os desafios: infraestrutura, segurança jurídica, qualificação profissional e atendimento de qualidade.

Momento estratégico para o setor

Para o advogado Marco Antonio de Araujo Jr., presidente da Comissão Especial de Direito do Turismo, Mídia e Entretenimento do Conselho Federal da OAB, este é um momento decisivo para consolidar o turismo como vetor econômico. Ele defende políticas públicas integradas, segurança jurídica para turistas e empresas e profissionalização em toda a cadeia de serviços.

Segundo ele, além do interesse internacional, o turismo doméstico também desponta. “O brasileiro voltou a explorar o próprio país, e isso pode se manter com incentivos, transporte acessível e fortalecimento do turismo regional”, avalia.

Código Brasileiro de Defesa do Turista em debate

Entre as propostas em discussão no Congresso está o Projeto de Lei 20/2025, que cria o Código Brasileiro de Defesa do Turista. A ideia é complementar o Código de Defesa do Consumidor com regras específicas para situações como emergências, falhas de serviço e atividades de risco.

O texto prevê medidas como:

Para Marco Antonio, o código pode fortalecer o setor, desde que não imponha custos excessivos que desestimulem investimentos. Ele destaca a importância de protocolos de segurança, especialmente no turismo de aventura, e de planos de contingência para visitantes estrangeiros.

Sustentabilidade do crescimento

O especialista reforça que o avanço só será duradouro com preparo institucional, segurança jurídica e investimentos contínuos na experiência do visitante. “O Brasil tem potencial para estar entre os maiores destinos do mundo, mas isso exige visão estratégica e ação coordenada entre governo, iniciativa privada e sociedade civil”, afirma.