Comemorado nesta sexta-feira, 8 de agosto, o Dia Nacional do Pedestre tem como objetivo chamar a atenção para a vulnerabilidade de quem circula a pé nas cidades e reforçar o compromisso coletivo com a segurança no trânsito. No Brasil, os pedestres são as principais vítimas em sinistros urbanos, conforme alerta o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR).
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a prioridade deve ser dos mais frágeis na hierarquia viária: pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores de veículos, nessa ordem. No entanto, os números revelam um cenário alarmante: em 2023, o país registrou 5.662 mortes de pedestres, o equivalente a uma média de 15,5 por dia. No Paraná, 485 dos 2.697 óbitos por lesões no trânsito eram pedestres, o que representa média diária de 1,3.
Plano estadual foca em reduzir mortes nas vias
Para enfrentar o problema, o Detran-PR tem ampliado ações educativas e investido em planejamento estratégico. O Estado conta com o PETRANS-PR 2025-2030 (Plano Estadual de Segurança no Trânsito), que adota o modelo sueco de Visão Zero, com o princípio de que nenhuma morte no trânsito é aceitável. O plano visa reduzir pela metade os óbitos em vias urbanas e rodovias, priorizando o ser humano nas soluções de mobilidade.
“O Dia do Pedestre é um lembrete de que segurança no trânsito é responsabilidade de todos”, ressalta o presidente do Detran-PR, Santin Roveda, também diretor executivo do GT PNATRANS-PR. Segundo ele, o planejamento urbano deve colocar o pedestre no centro das políticas públicas, com ações que envolvam desde infraestrutura segura até campanhas educativas.
Desafios do crescimento urbano
Com cerca de 88,95% da população vivendo em áreas urbanas, segundo o Censo 2022 do IBGE, o Paraná enfrenta os impactos do aumento da frota de veículos, especialmente nas regiões metropolitanas. “É preciso integrar mobilidade e urbanismo, com projetos que ampliem a circulação segura de pedestres”, destaca Roveda.
Cidades como Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel têm sido desafiadas a modernizar seus sistemas de transporte e calçadas. Curitiba, por exemplo, é modelo nacional em transporte coletivo e urbanismo verde, e se candidata a cidade caminhável e resiliente.
Caminhabilidade como solução urbana
Marcel Cabral Costa, especialista do Detran-PR e membro da equipe do PETRANS, defende que cidades sustentáveis precisam garantir calçadas de qualidade, ampliar ciclovias e oferecer espaços públicos seguros. “Cidades como Copenhague e Nova Iorque já priorizam o pedestre. No Brasil, temos iniciativas como o programa Cidades Verdes Resilientes que apoiam essa transformação”, afirma.
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