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Soprados para fora
Tarcisio Vanderlinde
04/08/2025 12h09
Por: João Livi
Tarcisio Vanderlinde

A ideia de estar sendo ajudado por uma mão invisível que pega a minha enquanto uma outra se estende e prepara o caminho, cresce dentro de mim a cada dia. Eu não preciso fazer nenhum esforço para encontrar as oportunidades. [...] Lá na frente encontra-se um continente não descoberto de vivências espirituais, tal qual fazíamos quando éramos crianças.

E preciso testemunhar que as pessoas lá fora estão me tratando de maneira diferente e que os obstáculos que antes me pareciam intransponíveis, estão desaparecendo como as miragens. As pessoas que suspeitavam de mim ou me negligenciavam, estão se tornando mais amigáveis. Eu me sinto como alguém que tivesse desafinado com o seu violino no meio de uma orquestra e que, finalmente, encontra sua harmonia com o universo.

Para mim, é como se eu nunca estivesse vivido de verdade. Eu estava meio morto. Eu era uma árvore apodrecida até alcançar o lugar onde eu, com uma total honestidade, resolvi e tornei a resolver que encontraria a vontade de Deus e que cumpriria essa vontade, mesmo que todas as fibras do meu ser dissessem que não, e que venceria essa batalha em meus pensamentos. Foi como se tivesse cavado um poço profundo na minha alma, trazendo uma força maior.

Eu ainda não tenho a pretensão de um sucesso completo todos os dias, mas em alguns dias fico perto dele e nesse momento sinto o tinir da alegria de uma gloriosa descoberta. Essa coisa é invencível.

Você e eu seremos em breve soprados para fora de nossos corpos. Dinheiro, prazeres, poder, posição, etc, não farão mais diferença, porque serão esquecidos em uma centena de anos, mas esse espírito que vem com a mente está em contínuo estado de entrega, esse espírito é a vida eterna.

 

(Texto de autoria de Frank Laubach (1884-1970) adaptado por T. H. Vanderlinde. Laubach é considerado por muitos como o maior educador dos tempos modernos. Os melhores momentos de sua vida foram marcados por uma solitária pequena montanha, atrás da choupana onde ele vivia na ilha de Mindanao, no sudeste asiático. O fragmento em tela foi retirado de uma das cartas escritas ao seu pai em março de 1930).

tarcisiovanderlinde@gmail.com