Educação Inovações na saúde
UFPR apresenta oito projetos que levam inovação ao SUS
Iniciativas contempladas por editais do Ministério da Saúde propõem melhorias em áreas como câncer, saúde mental, violência contra a mulher e educação científica
28/06/2025 15h16 Atualizada há 18 horas
Por: João Livi Fonte: UFPR
Em chamadas recentes, governo federal incentivou aprimoramento da gestão do SUS. (Foto: Fernando Frazão/ABr)

No dia 23 de junho de 2025, durante a Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS (CT&I+ SUS), em Brasília, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentou oito projetos inovadores que visam melhorar a gestão e a eficiência do Sistema Único de Saúde. As iniciativas foram contempladas por editais do Ministério da Saúde em parceria com o CNPq e desenvolvidas em diversas áreas do conhecimento.

Esses projetos contribuem com soluções tecnológicas, dados estratégicos e propostas de políticas públicas, consolidando a UFPR como uma das protagonistas nacionais na articulação entre ciência e saúde pública.

Marcos Signorelli, docente do Departamento
de Saúde Coletiva da UFPR, apresenta o
"Eu Decido", em Brasília.

1. Tecnologia para vítimas de violência

O projeto “Eu Decido”, liderado pelo professor Marcos Signorelli, é uma plataforma digital que ajuda mulheres vítimas de violência por parceiro íntimo a identificarem riscos, avaliarem sua segurança e traçarem planos personalizados. A iniciativa é realizada em parceria com as Casas da Mulher Brasileira e universidades no Brasil e no exterior.

2. Diagnóstico mais preciso para leucemia

Jaqueline de Oliveira na bancada.

Sob coordenação da professora Jaqueline Carvalho de Oliveira, o projeto desenvolve um kit molecular para detectar marcadores genéticos em pacientes com leucemia linfoide aguda. A proposta visa oferecer um exame mais eficaz e acessível para o SUS, especialmente no atendimento pediátrico.

3. Letramento em saúde nas comunidades caiçaras

A professora Maria de Fátima Mantovani, do Departamento de Enfermagem, lidera um projeto que promove a educação em saúde digital em áreas isoladas de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. A iniciativa prevê a produção de conteúdos educativos e o uso de tecnologias digitais para fortalecer o cuidado local.

4. Saúde mental no trabalho em foco

O Observatório Nacional Saúde Mental & Trabalho, coordenado por Fernanda Moura D’Almeida Miranda, investiga os principais fatores que afetam a saúde mental dos trabalhadores no Brasil. O projeto articula 19 universidades e 19 serviços do SUS em um esforço nacional para mapear desafios e propor políticas de vigilância em saúde do trabalhador.

Luciana Nogueira.

5. Atenção às necessidades pós-tratamento de câncer de mama

Coordenado por Luciana de Alcantara Nogueira, o projeto identifica necessidades não atendidas de mulheres cisgênero e homens trans que sobreviveram ao câncer de mama. O estudo orienta a criação de planos de cuidado personalizados e subsidiará novas estratégias de acolhimento no SUS.

6. Mapeamento do acesso ao aborto legal

Na Clínica de Direitos Humanos da UFPR, a professora Taysa Schiocchet lidera uma pesquisa que avalia o acesso ao aborto legal em casos de violência sexual. A proposta mapeia barreiras

Taysa Schiocchet

e oportunidades para promover justiça reprodutiva e aprimorar o atendimento em serviços do SUS.

7. Estudo sobre resistência ao tamoxifeno

O projeto da professora Carolina Mathias, do Departamento de Genética, busca identificar marcadores moleculares de resistência ao tamoxifeno, medicamento usado no tratamento do câncer de mama. A pesquisa visa possibilitar um monitoramento mais eficaz das pacientes, contribuindo para decisões clínicas mais assertivas.

8. ZikaBus amplia atuação em educação científica

Coordenado por Rodrigo Arantes Reis, o LabMóvel ZikaBus leva exposições sobre arboviroses a escolas e comunidades. Em 2025, o projeto será expandido com ações nas redes sociais e em parceria com unidades de saúde, com foco na conscientização sobre dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.

Editais que viabilizam a transformação

Os oito projetos fazem parte de chamadas públicas lançadas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), em parceria com o CNPq, focadas em doenças não transmissíveis, saúde de precisão, combate à desinformação científica e educação em saúde.