Os Correios divulgaram nesta sexta-feira, 9 de maio de 2025, as demonstrações financeiras referentes ao ano de 2024, revelando um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. Esse resultado representa um aumento significativo em relação ao déficit de R$ 597 milhões registrado em 2023, sendo o pior desempenho desde 2016, quando a estatal teve perdas de R$ 1,5 bilhão.
A empresa atribui o resultado negativo a diversos fatores, incluindo a queda de R$ 531 milhões nas receitas provenientes de serviços internacionais, impactadas por mudanças na regulação sobre importação de produtos, tal como a "Taxa da Blusinha". Além disso, houve um aumento de R$ 1,8 bilhão nas despesas operacionais, que passaram de R$ 22,3 bilhões em 2023 para R$ 24,1 bilhões em 2024.
Investimentos realizados em 2024 também influenciaram o balanço. A estatal aplicou R$ 830 milhões em ações de modernização, como aquisição de novos veículos e melhorias em sistemas tecnológicos, totalizando R$ 1,6 bilhão desde o início da nova gestão.
Outro ponto destacado no relatório é que apenas 15% das agências dos Correios são superavitárias, enquanto 85% operam com déficit. Apesar disso, a empresa ressalta seu compromisso com o acesso universal aos serviços postais em todos os 5.567 municípios brasileiros.
Diante da crise financeira, os Correios tomaram empréstimos de R$ 550 milhões em dezembro de 2024 para reforçar o capital de giro. Os contratos foram firmados com o Banco ABC e o Banco Daycoval, com pagamentos previstos em seis parcelas mensais a partir de julho de 2025.
A estatal também enfrentou aumento nos custos com pessoal, que chegaram a R$ 10,3 bilhões, refletindo reajustes salariais e benefícios. Além disso, despesas gerais e administrativas somaram R$ 4,73 bilhões, contribuindo para o aumento do déficit.
Apesar dos desafios, os Correios reafirmam seu compromisso com a recuperação econômica e a modernização da empresa, destacando investimentos em sustentabilidade e inovação para melhorar a eficiência operacional.