Cidades Ovitrampas
Ovitrampas reforçam vigilância contra a dengue em Marechal Cândido Rondon
Nova tecnologia aposta no monitoramento inteligente do Aedes aegypti para conter avanço das arboviroses no município
25/04/2025 18h17
Por: João Livi Fonte: Prefeitura Municipal
As armadilhas estão sendo distribuídas em residências e também colocadas em espaços públicos. (Foto: Assessoria/Prefeitura)

Com o aumento significativo dos casos de dengue e chikungunya em diversas regiões do Paraná, Marechal Cândido Rondon adotou uma estratégia inovadora para reforçar o combate ao mosquito transmissor dessas doenças. A Secretaria de Saúde, por meio do setor de endemias, deu início à implantação das chamadas ovitrampas, armadilhas que permitem a detecção precoce da presença do Aedes aegypti e do Aedes albopictus.

Simples, porém eficientes, as ovitrampas consistem em recipientes plásticos pretos com água limpa e uma palheta de madeira, onde as fêmeas depositam seus ovos. Esse material é posteriormente analisado em laboratório, permitindo a identificação de áreas com maior risco de infestação. A iniciativa possibilita que as ações de combate sejam direcionadas com maior precisão, otimizando recursos e ampliando a resposta do poder público.

Segundo os critérios técnicos estabelecidos pela Nota Técnica nº 12/2023 – DVDTV/CVIA/SESA, emitida pelo Governo do Paraná, o uso das ovitrampas está alinhado às diretrizes do Ministério da Saúde e já demonstrou resultados expressivos em diversos municípios brasileiros. Em Marechal Cândido Rondon, o bairro Floresta foi o primeiro a receber as armadilhas, escolhido com base em indicadores epidemiológicos.

A instalação segue orientações específicas: os recipientes devem estar protegidos do sol e da chuva, a uma altura adequada do solo e, em alguns casos, dependem da autorização dos moradores. A vigilância acontece em ciclos mensais — as palhetas são substituídas entre cinco e sete dias após a colocação, e as armadilhas recolhidas em até 14 dias. Os dados gerados, como o Índice de Densidade de Ovos (IDO) e o Índice de Positividade das Ovitrampas (IPO), subsidiam a análise técnica e o planejamento das ações seguintes.

A secretária de Saúde local reforça que, embora a metodologia seja baseada em parâmetros científicos, o envolvimento da população é indispensável. “A comunidade é parte ativa neste processo. A instalação e o bom funcionamento das ovitrampas dependem da colaboração dos moradores para que a estrutura seja mantida e monitorada corretamente”, destaca a Secretária Municipal de Saúde, Marciane Specht..

Diante do cenário de emergência sanitária causado pelas arboviroses, a expectativa do setor de endemias é ampliar gradativamente o uso das armadilhas para outros bairros. O objetivo é conter de forma antecipada a proliferação dos mosquitos, evitando surtos e protegendo a saúde pública.