Agronegócio Carne para o Chile
Chile abre mercado para carne suína do Paraná após reconhecimento internacional
País vizinho autoriza importação ao reconhecer Estado como livre de febre aftosa sem vacinação, fortalecendo relações comerciais e impulsionando setor agropecuário
23/04/2025 13h23
Por: João Livi Fonte: Governo do Paraná
Carne de suínos produzidos no Paraná poderão ser exportadas para o Chile. (Foto: João Livi)

O Chile anunciou nesta quarta-feira (23) a autorização para a importação de carne suína produzida no Paraná. A medida veio após o reconhecimento oficial de que o Estado brasileiro é uma zona livre de febre aftosa sem vacinação, status validado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) desde 2021. A decisão, celebrada por autoridades de ambos os países, marca um avanço estratégico para o setor agropecuário paranaense e reforça os laços comerciais com o país sul-americano.

A novidade foi antecipada pelo ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, por meio de suas redes sociais. “Reconhecemos que o Paraná está livre de febre aftosa e, portanto, poderemos receber carnes deste estado muito importante do sul do Brasil”, publicou o ministro, destacando o movimento como parte de uma política para intensificar o comércio bilateral de produtos agropecuários.

A formalização do anúncio ocorre durante a visita da comitiva do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil, fortalecendo o simbolismo diplomático do acordo.

Potencial produtivo

Com 12,4 milhões de suínos abatidos em 2024, o Paraná responde por 21,5% do abate nacional e ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de produção. Além disso, o Estado foi responsável pelo maior crescimento nacional na suinocultura em 2024, com um aumento de 281,4 mil cabeças em relação ao ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, comemorou a conquista: “Esse é um grande momento para o Paraná, um dos maiores produtores de suínos do Brasil. A abertura do mercado chileno vai gerar mais renda aos nossos produtores, mais empregos e reconhecimento pela qualidade e sanidade dos nossos produtos”.

Caminho até a certificação

O reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação foi resultado de um esforço conjunto entre produtores, cooperativas e órgãos de sanidade animal. A certificação, concedida em 2021, exigiu a substituição das campanhas de vacinação obrigatórias por medidas de controle mais modernas, como a atualização e o rastreamento dos rebanhos. Esse controle rigoroso abriu portas para mercados exigentes, como o chileno, consolidando o Estado como referência em segurança sanitária.

Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, Luis Rua, a medida atende a um antigo pleito dos frigoríficos paranaenses. “Este é um pleito muito antigo do Estado e, logo, as empresas paranaenses deverão estar exportando carne suína para o Chile”, afirmou.

Expansão das exportações

Atualmente, o Paraná é o terceiro maior exportador de carne suína do país, com 185,5 mil toneladas comercializadas em 2024. Fica atrás apenas de Santa Catarina (730,7 mil toneladas) e do Rio Grande do Sul (289,9 mil toneladas). A entrada no mercado chileno representa mais um passo na ampliação do alcance internacional da carne suína paranaense, que já conta com uma crescente aceitação em diversos países.

O desempenho positivo da agropecuária no Estado também é influenciado por políticas públicas de incentivo ao setor. Desde programas de infraestrutura, como a pavimentação de 1,6 mil quilômetros em áreas rurais, até compras públicas de R$ 130 milhões da agricultura familiar, o governo estadual vem investindo na valorização do campo e na qualificação da produção.