Em meio à transformação digital e à busca por maior eficiência industrial, a metalurgia paranaense vive um novo ciclo de crescimento, impulsionado por inovação tecnológica, qualificação profissional e expansão no mercado internacional. Comemorado em 21 de abril, o Dia do Metalúrgico reforça o papel vital do setor na engrenagem da economia estadual.
Segundo dados da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a metalurgia foi responsável por movimentar mais de R$ 9 bilhões em Valor Bruto da Produção (VBP) industrial em 2022. Atualmente, o setor emprega mais de 5,6 mil trabalhadores com carteira assinada, sendo reconhecido como uma das bases industriais do Paraná. A atividade abrange desde a produção de aço, ferro fundido e estruturas metálicas até componentes usados nas indústrias automotiva, de bens de capital e construção civil.
“Vivemos um novo ciclo na metalurgia, com forte digitalização, automação e busca por eficiência. A indústria tem sede de talentos com perfil técnico e inovador,” afirma Marcus Vinícius Gimenes, coordenador do Conselho Setorial Metalmecânico da Fiep.
Em um cenário de constante evolução tecnológica, o investimento em qualificação profissional tornou-se condição essencial para o crescimento sustentável da metalurgia. De 2023 a 2025, o Senai Paraná registra mais de 105 mil matrículas em cursos voltados ao setor metalmecânico. As formações mais buscadas envolvem Eletromecânica, Automação Industrial, Mecatrônica, Tornearia e diversas especializações em soldagem e manutenção industrial.
O trabalho em rede com sindicatos e instituições locais também tem sido decisivo. Um exemplo é a trilha de aprendizagem desenvolvida com o Sindimetal Maringá e o Centro de Tecnologia da Metalmecânica (CTM), que oferece 358 horas de conteúdo técnico especializado. O Senai ainda atua na construção do 5º itinerário da Educação Profissional Técnica (EPT), em parceria com a Secretaria de Educação do Paraná.
Além das formações regulares, o programa Qualifica Paraná leva escolas móveis a regiões com alta demanda industrial, oferecendo cursos gratuitos em parceria com empresas locais. Essa mobilização tem aproximado comunidades da indústria e ampliado o acesso a oportunidades profissionais.
“A metalurgia representa mais do que números. É uma indústria que emprega, qualifica, exporta e transforma,” destaca Gimenes.
Outro fator essencial para o avanço do setor é a segurança no ambiente industrial. O Sesi Paraná atua com um conjunto de soluções em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), contribuindo para a prevenção de acidentes, a redução de afastamentos e o aumento da produtividade.
Entre os serviços ofertados estão o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT). A atuação do Sesi inclui ainda treinamentos baseados em normas regulamentadoras, consultorias técnicas e avaliações ergonômicas.
Além de gerar empregos e inovação, a metalurgia também exerce papel relevante nas exportações do Paraná. Em 2024, o setor movimentou US$ 63,9 milhões em vendas externas, segundo o ComexStat, portal do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Os principais produtos exportados incluem ferro-ligas, estruturas metálicas e componentes industriais, com destaque para mercados da América do Sul, América do Norte, Europa e Oriente Médio. O desempenho revela a competitividade internacional da indústria metalúrgica paranaense e sua contribuição significativa para a balança comercial brasileira.
“O setor metalúrgico paranaense tem alta competitividade internacional e contribui fortemente para a balança comercial da indústria de transformação,” resume Gimenes.