Paraná Praças de pedágio
Pedágios da BR-277 estão próximos de voltar a funcionar
CCR e EPR assumem trechos que somam mais de 1.200 km e deverão investir R$ 36 bilhões em obras e infraestrutura nos próximos 30 anos
13/04/2025 10h05
Por: João Livi Fonte: ANTT
Com a nova concessão estão previstas mais duplicações em trechos da BR 277. (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

A malha rodoviária do Paraná avança para uma nova etapa com a aprovação dos contratos de concessão dos lotes 3 e 6 pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Com validade de 30 anos, os acordos autorizam as concessionárias CCR S/A e Grupo EPR a iniciarem suas operações até o dia 11 de maio, cobrindo um total de 1.231 quilômetros que cruzam importantes cidades como Londrina, Cascavel e Ponta Grossa.

Investimentos e obras  

As concessões estabelecem investimentos que ultrapassam os R$ 36 bilhões, com R$ 16 bilhões sob responsabilidade da CCR S/A (lote 3) e R$ 20 bilhões pelo Grupo EPR (lote 6). Os contratos preveem obras estruturantes e de manutenção, como duplicações, novas faixas, ciclovias, passarelas e pontos de parada para motoristas profissionais.

Lote 3: interligação estratégica com o litoral

Sob responsabilidade da CCR, o lote 3 contempla 569 quilômetros que integram trechos das rodovias BR-369, BR-373, BR-376, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A concessão tem como destaque a ligação do norte paranaense à BR-277, rota fundamental para o Porto de Paranaguá.

Entre as intervenções previstas estão:

A proposta vencedora da CCR teve um desconto de 26,6% na tarifa básica de pedágio. Sete praças atuarão neste lote, sendo duas ainda a serem implantadas, em Mauá da Serra e Tamarana.

Lote 6: cobertura ampla e foco em duplicações

Já o Grupo EPR ficará com a operação de 662 quilômetros distribuídos pelas rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483. Essa malha percorre desde o oeste até o sudoeste do estado, englobando municípios como Laranjeiras do Sul, Céu Azul, São Miguel do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco.

O contrato prevê:

A divisão dos investimentos nesse lote foi estruturada entre R$ 12,6 bilhões em grandes obras (Capex) e R$ 7,4 bilhões para manutenção e operação (Opex).

Redução tarifária e novos padrões de cobrança

A nova concessão também representa uma mudança nos valores cobrados em pedágios. De acordo com projeções, as tarifas serão em média 30% mais baixas que os valores anteriores, extintos em 2021. Em alguns trechos, como em São Miguel do Iguaçu, a redução pode chegar a 38,3%.

Praças como as de Laranjeiras do Sul e Cascavel também terão pedágios mais acessíveis, com diminuições superiores a 34% em relação às tarifas reajustadas do modelo anterior.

Eixo da BR-277 totalmente integrado

Com a assinatura desses dois contratos, todo o traçado da BR-277 — desde Foz do Iguaçu até o Porto de Paranaguá — estará sob concessão. Os trechos abrangidos conectam regiões estratégicas, incluindo a fronteira com Argentina e Paraguai, a capital Curitiba e o litoral.

A consolidação dessa malha representa um passo significativo no plano estadual de transformar o Paraná em um corredor logístico mais eficiente e seguro, impulsionando o escoamento da produção agroindustrial e fortalecendo a mobilidade regional.

Cidades atendidas pelos novos contratos
Lote 3 (CCR S/A)
Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira, Balsa Nova.

Lote 6 (Grupo EPR)
Guarapuava, Cantagalo, Virmond, Diamante do Sul, Nova Laranjeiras, Guaraniaçu, Ibema, Campo Bonito, Catanduvas, Santa Tereza do Oeste, Céu Azul, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques, Realeza, Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Marmeleiro, Renascença, Vitorino, Matelândia, Medianeira, Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, entre outras.

Arrecadação sem data definida

Apesar da aprovação dos contratos e da previsão de operação até o mês de maio, a cobrança das tarifas de pedágio ainda não tem data exata para começar. Segundo a ANTT, os valores e a data de início da cobrança ainda dependem da finalização de etapas operacionais e da instalação das novas praças.