Em um domingo de carnaval, a cidade de São Paulo atingiu a temperatura mais alta para o mês de março desde 1943. Os termômetros marcaram impressionantes 34,8 graus Celsius (ºC), um valor significativamente superior à média do mês, que é de 28ºC. A marca histórica foi registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que iniciou as medições na capital paulista há mais de 80 anos.
Apesar do calor intenso no domingo, o início da semana trouxe um pequeno alívio para os paulistanos. Nesta segunda-feira, o céu esteve nublado e a temperatura máxima reduziu para 32ºC, proporcionando um breve descanso do calor escaldante.
Enquanto São Paulo lida com temperaturas recordes, o Rio de Janeiro enfrenta uma onda de calor extremo, com previsão de tempo firme e sem chuvas até o próximo final de semana. O Rio de Janeiro enfrenta uma onda de calor sem precedentes, com temperaturas atingindo 44°C, a mais alta registrada desde 2014.
Esse cenário extremo levou mais de 5 mil pessoas a procurarem atendimento médico nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) nos primeiros meses de 2025.
Exaustão e insolação
A professora Tatiane Cristina Moraes de Sousa, do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), destaca que a exposição ao calor intenso pode causar efeitos imediatos, como exaustão e insolação, e, em casos graves, levar ao óbito. Ela ressalta que sintomas como desmaios e náuseas são sinais de alerta.
Além dos impactos imediatos, a exposição prolongada ao calor sobrecarrega sistemas vitais, como o cardiovascular e o renal, aumentando o risco de doenças crônicas. Sousa enfatiza que essa sobrecarga pode resultar em condições de saúde mais graves a longo prazo.
Trabalhadores informais, como entregadores e vendedores ambulantes, estão entre os mais vulneráveis, especialmente devido à necessidade de trabalhar nos horários de maior movimento, que coincidem com os picos de calor. A pesquisadora sugere medidas como buscar áreas sombreadas, usar chapéus e reconhecer os limites do corpo para evitar complicações.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro reforça a importância de medidas preventivas, como manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes e utilizar roupas leves e de cores claras.
Além disso, a Defesa Civil recomenda umidificar ambientes internos e permanecer em locais ventilados.
Diante desse cenário, é crucial que tanto o poder público quanto a população adotem medidas eficazes para mitigar os efeitos do calor extremo, garantindo a saúde e o bem-estar de todos.