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Indústria paranaense lidera geração de empregos formais em janeiro
Setor industrial cria 5,5 mil novas vagas, representando 34% das contratações no estado
27/02/2025 07h00
Por: João Livi Fonte: Fiep
O maior crescimento foi registrado no segmento de confecções e artigos do vestuário, que gerou 902 novas vagas em janeiro.Foto: Guto Pimentel

A indústria do Paraná iniciou 2025 com um desempenho notável na geração de empregos formais. Em janeiro, o setor criou 5.469 novas vagas com carteira assinada, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho. Esse número representa 7,8% das vagas abertas na indústria em todo o país, que registrou um crescimento de 7% no período.

O Paraná posicionou-se como o quinto estado que mais contratou na indústria no mês, ficando atrás de São Paulo (26,4 mil vagas), Santa Catarina (14,7 mil), Rio Grande do Sul (9,1 mil) e Minas Gerais (8,2 mil). O setor industrial respondeu por 34% das contratações no estado, consolidando-se como o segundo maior gerador de empregos, atrás apenas do setor de serviços, que registrou saldo positivo de 7.403 postos de trabalho. Na sequência, aparecem construção civil (3.743) e agropecuária (1.029). O comércio, por sua vez, teve saldo negativo de 1.726 vagas, reflexo da sazonalidade do setor, que contrata para as vendas de fim de ano e reduz o quadro no início do novo ciclo. No total, o Paraná criou quase 16 mil novos empregos em janeiro.

Atualmente, a indústria emprega mais de 795 mil trabalhadores no estado, um crescimento de 4,1% em relação a janeiro de 2024, quando o contingente era de 763,7 mil. Nos últimos 12 meses, o setor adicionou 31,3 mil novos postos, número três vezes superior ao registrado no período anterior (10,5 mil).

Os dados refletem a tendência apontada pela Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), divulgada na semana passada. Segundo a pesquisa, 61% dos empresários do setor estão otimistas quanto ao desempenho dos negócios para 2025, e as contratações reforçam o movimento de recomposição das equipes para atender à demanda do ano.

Perspectivas

Apesar do saldo positivo, o ritmo de contratações pode desacelerar nos próximos meses. A mesma pesquisa da Fiep indica que os empresários demonstram cautela diante da política econômica vigente, marcada por juros elevados. Esse cenário pode impactar investimentos e reduzir a criação de novas vagas no setor. Além disso, as projeções econômicas para 2025 indicam um crescimento mais moderado em relação ao ano anterior, o que pode influenciar a decisão dos empresários quanto à expansão da força de trabalho.

Das 24 atividades industriais acompanhadas pelo Novo Caged, 21 apresentaram saldo positivo em janeiro. O maior crescimento foi registrado no segmento de confecções e artigos do vestuário, que gerou 902 novas vagas. Na sequência, destacam-se os setores de móveis (622), produtos de metal (588), manutenção e reparação de máquinas (509) e fabricação de máquinas (494). Apenas três atividades encerraram postos de trabalho no período: petróleo (-42), bebidas (-37) e celulose e papel (-13).

Em âmbito nacional, o Brasil criou 137.303 empregos formais em janeiro, número quase três vezes superior ao esperado, que era de 48 mil vagas, conforme pesquisa da Reuters. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo setor industrial, que adicionou 70.428 postos de trabalho, superando o setor de serviços, tradicionalmente o maior gerador de empregos no país. Apesar do desempenho positivo, o número é inferior aos 173.233 empregos formais criados em janeiro do ano anterior.