Brasil Soldadas
Serviço militar feminino registra adesão histórica com mais de 7 mil alistamentos em dois dias
Primeira iniciativa de alistamento feminino busca ampliar diversidade e eficiência nas Forças Armadas, com meta de alcançar 20% das vagas iniciais.
04/01/2025 07h42
Por: João Livi
Agência Brasil

O Brasil testemunha um marco inédito na inclusão feminina no serviço militar. Em apenas dois dias, o Ministério da Defesa contabilizou mais de 7 mil inscrições no alistamento militar voluntário para mulheres. A iniciativa, que se estende até 30 de junho de 2025, destina-se às jovens que completam 18 anos no próximo ano, conforme o Decreto 12.154, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2024.

A proposta ambiciosa do governo federal é transformar o serviço militar inicial feminino em uma oportunidade abrangente, com o objetivo de alcançar progressivamente 20% de mulheres entre os recrutas. Em sua fase inaugural, foram disponibilizadas 1.465 vagas distribuídas entre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.

“Esse avanço reflete o compromisso do Brasil em promover igualdade e fortalecer a participação feminina em todas as esferas, inclusive na defesa nacional”, destaca nota oficial do Ministério da Defesa.

Critérios e processo de seleção

Além de terem nascido em 2007, as candidatas precisam residir em um dos 29 municípios com presença de organizações militares. As inscrições podem ser feitas online, por meio do site oficial do alistamento militar, ou presencialmente nas juntas de serviço militar das localidades participantes.

O processo seletivo será realizado em etapas rigorosas, incluindo análise de perfil, entrevistas, exames médicos, testes físicos e avaliações complementares. As aprovadas ingressarão nas Forças Armadas no primeiro ou segundo semestre de 2026, assumindo graduações iniciais como soldado, no Exército e na Aeronáutica, ou marinheiro-recruta, na Marinha.

Impacto no efetivo feminino

Atualmente, cerca de 37 mil mulheres integram as Forças Armadas brasileiras, representando 10% do contingente total. A maioria atua em áreas como saúde, logística e ensino, embora o acesso à área combatente tenha sido ampliado por meio de concursos públicos específicos. O alistamento voluntário marca uma nova era ao democratizar a entrada no serviço militar, aproximando as mulheres de papéis anteriormente limitados.

Com a duração inicial de 12 meses, o serviço militar feminino poderá ser prorrogado por até oito anos, e as recrutas terão os mesmos direitos e deveres que os homens, incluindo obrigações previstas em legislação específica.

Repercussões e expectativas

Especialistas avaliam que a iniciativa é um passo significativo para o fortalecimento das Forças Armadas e uma oportunidade de capacitação para jovens mulheres. Ao mesmo tempo, o projeto reflete uma mudança cultural que pode inspirar mais setores a valorizar a diversidade de gênero.

Com mais de 7 mil inscrições em apenas dois dias, o alistamento militar feminino não só reforça a inclusão como também sinaliza uma adesão expressiva das jovens brasileiras ao chamado para defender a pátria. O impacto positivo dessa iniciativa promete influenciar não apenas a defesa nacional, mas também a sociedade como um todo.