Em novembro, o mercado de crédito brasileiro apresentou sinais consistentes de expansão, segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O levantamento indicou que o saldo total das carteiras de crédito deve crescer 1,2%, impulsionando o ritmo de expansão anual de 10,8% para 11%. Os dados refletem a dinâmica dos principais bancos do país e apontam para um cenário economicamente aquecido, mas também levantam questões sobre possíveis riscos de endividamento.
O segmento empresarial lidera o crescimento, com um aumento previsto de 1,4% em novembro. Esse avanço deve elevar o ritmo anual de expansão de 8,9% para 9,6%, de acordo com a Febraban. Essa tendência é atribuída ao impacto positivo de programas públicos e ao aquecimento econômico decorrente das compras de final de ano.
“O crédito às empresas está sendo impulsionado por iniciativas governamentais e pela movimentação sazonal do mercado”, destacou a Federação em comunicado.
Dentro do crédito empresarial, a carteira direcionada deve crescer 1,6%, beneficiada por financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros programas. Já a carteira livre — que compreende operações não vinculadas a recursos específicos — deve apresentar alta de 1,3%.
O crédito voltado para as famílias também apresenta sinais positivos, com uma previsão de crescimento mensal de 1,1%. Esse desempenho mantém o ritmo anual em um patamar elevado, destacando a resiliência do consumo das famílias brasileiras.
Na segmentação, a carteira Pessoa Física Livre também deve crescer 1,1%, enquanto a carteira Direcionada, apoiada principalmente por financiamentos imobiliários e crédito rural, apresenta uma previsão de aumento de 1,0%.
A pesquisa mensal da Febraban antecipa os resultados oficiais do Banco Central, que serão divulgados no dia 27 de dezembro. O crescimento no crédito demonstra um cenário otimista, mas também exige cautela por parte de consumidores e empresas para evitar o endividamento excessivo.
A expansão dos financiamentos representa uma oportunidade para o desenvolvimento econômico, mas também requer uma gestão financeira cuidadosa. Em um período de alta sazonal, como o final de ano, a questão do equilíbrio financeiro se torna ainda mais relevante tanto para famílias quanto para empresas.