A economia brasileira segue mostrando sinais consistentes de recuperação e crescimento em 2024, com estimativas que apontam uma expansão em torno de 3% ao final do ano. Se essa projeção se concretizar, o Brasil terá acumulado um crescimento de pouco mais de 6% no biênio, consolidando um período de desemprego em queda e consumo em alta. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o primeiro balanço preliminar de setembro revelou um aumento de 0,84% no mês, totalizando 3,3% no acumulado do ano e 3% em 12 meses.
O IBC-Br, divulgado mensalmente pelo Banco Central, oferece uma visão dinâmica sobre o desempenho econômico ao longo do ano, sendo uma alternativa mais ágil em comparação aos dados trimestrais do Produto Interno Bruto (PIB), disponibilizados pelo IBGE. Embora menos preciso, o indicador permite identificar tendências que confirmam a continuidade do dinamismo econômico iniciado em 2023.
O boletim Focus, publicado em 11 de novembro, reforça as projeções de crescimento, indicando um avanço esperado de 3,1% para 2024. Essa trajetória positiva reflete a estabilidade de setores estratégicos, como a indústria e o consumo.
Dados do IBGE destacam a expansão da produção industrial, com crescimento de 1,1% em setembro, 3,1% no ano e 2,6% nos últimos 12 meses. Um ponto de destaque é o aumento de 7,5% na produção de bens de capital — máquinas e equipamentos — entre janeiro e setembro, em comparação ao mesmo período de 2023. Este avanço sinaliza esforços para ampliar e modernizar a capacidade produtiva nacional, um elemento crucial para sustentar o crescimento a longo prazo.
Entretanto, mesmo com esses avanços, o ritmo geral de investimentos ainda é considerado insuficiente para desencadear uma aceleração econômica mais robusta e sustentável. Projeções de mercado indicam que, sem mudanças estruturais, o crescimento anual do PIB deve se manter próximo de 2% em média nos próximos anos.
Para que o Brasil mantenha um ritmo de expansão consistente, é essencial que o governo adote políticas voltadas à racionalização dos gastos públicos e ao equilíbrio das contas. O avanço econômico observado nos últimos dois anos poderá ser comprometido caso essas medidas não sejam implementadas de maneira eficaz.
A perspectiva de modernização industrial e aumento de investimentos é promissora, mas exige um ambiente macroeconômico mais estável. Apenas com reformas estruturais e políticas fiscais sólidas será possível alavancar o crescimento em patamares superiores aos atuais.