O Brasil caiu para a terceira posição no ranking de juros reais, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% ao ano. A medida, anunciada na última quarta-feira (6), ocorreu em meio a um cenário econômico desafiador, com projeções inflacionárias elevadas e uma necessidade de controle de preços. Esse ajuste deixa o Brasil atrás da Turquia, com a taxa real de 15,18%, e da Rússia, que recentemente aumentou seus juros em dois pontos percentuais, atingindo 12,19%.
O juro real brasileiro, de 8,08% ao ano, é calculado com base na taxa nominal Selic ajustada pela inflação projetada para os próximos 12 meses, atualmente em 4,30%, conforme o relatório Focus do Banco Central. Este valor é um dos maiores entre as 40 economias analisadas pelo Portal MoneYou, destacando a política monetária do país em relação a outras nações, muitas das quais optaram por cortar suas taxas recentemente. Além do Brasil e da Rússia, nenhum outro país do ranking promoveu aumento dos juros, o que ilustra o ambiente particular de restrição monetária enfrentado por ambos.
O impacto desse cenário reflete-se nas decisões de investimento e consumo, à medida que uma taxa de juros real elevada torna o crédito mais caro e a economia mais lenta. Em comparação, a taxa média de juros real entre os países analisados é de apenas 1,10% ao ano, evidenciando o distanciamento das políticas monetárias brasileira e russa do cenário global.
Em termos de juros nominais, que não descontam a inflação, o Brasil permanece na quarta posição, com uma taxa nominal de 11,25%, atrás de Turquia (50%), Argentina (35%) e Rússia (21%). Esse indicador, embora alto, ainda reforça o compromisso do Banco Central em combater a inflação, mesmo com o custo potencial de desaceleração econômica.